quarta-feira, 13 de julho de 2016

PLANEJAMENTO DE CAMPANHA E MARKETING POLÍTICO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016

A batalha existente para criar e manter vantagens competitivas em ambientes dinâmicos pode ser percebida através da proliferação de diversas formas e expressões de mudança estratégica, tais como reengenharia, realinhamento, revitalização, ...

A impressão resultante é de que os que vivenciam a mudança estratégica a consideram difícil, mas não ousam abandoná-la com medo de serem deixados para trás pelos competidores.

A mudança estratégica pode ser definida como o realinhamento entre a organização e o ambiente que influi na realização dos objetivos organizacionais.

Dado que tal mudança é realizada para aprimorar a capacidade da organização de sobreviver através do alcance de seus objetivos e satisfazendo aos stakeholders (pessoas ou grupos que exerçam poder sobre a organização, como sindicatos, acionistas, políticos opositores, ...), seria estranho se os funcionários, de forma geral, resistissem à mudança estratégica.

É possível explicar tal resistência dos empregados seja proveniente do fato de gestores e estudiosos ainda terem em mente os conceitos da teoria X acerca da reação dos empregados e que o comportamento destes seja consequência de tal forma de pensar.

O livro The Human Side of Enterprise, clássico escrito por McGregor em 1960, expõe que o comportamento gerencial depende das nossas suposições sobre as pessoas e caso estas sejam consideradas predispostas a não gostar do trabalho, então o estilo gerencial as força a se comportarem conforme suas expectativas.  

Resumindo: No contexto de mudança estratégica, as pessoas são vistas como favoráveis à estabilidade e, portanto resistirão e terão medo das mudanças.

Em contrapartida temos a teoria Y e teoria cultural Z. 

Estas tendem a sobrevalorizar o lado humano em detrimento do lado empresarial.

Logo, nenhuma das três teorias sozinha é suficiente para permitir o estudo da reação das pessoas diante de mudanças estratégicas.

O grande desafio, em termos de fator humano, relacionados ao planejamento da estratégia de uma organização é integrar os lados humanos e empresariais através da motivação de seus funcionários, de tal forma que a companhia obtenha ganhos desenvolvendo e sendo desenvolvida por seus empregados.

O que é Estratégia ?

O conceito de estratégia pode ser definido de pelo menos duas perspectivas diferentes: pela perspectiva do que a organização pretende fazer e pela perspectiva do que a organização realmente faz.

Pela primeira perspectiva, estratégia é o programa amplo para definir e alcançar os objetivos de uma organização e implementar sua missão.

Pela segunda, estratégia é um padrão, isto é, a consistência de um comportamento medido em um período de tempo.

Percebemos que, de modo geral, a estratégia implementada é diferente da pretendida originalmente pela organização.

Isto ocorre, pois as estratégias são sempre criadas sob condições de parcial ignorância, e as informações sobre o passado não garantem as previsões acerca do futuro.

A estratégia não pode ser definida através de processos sistemáticos. Conforme explica Henry Mintzberg, estratégia diz respeito a Preferências, Escolhas e Competição, e não um exercício de lógica aplicada. É uma perspectiva compartilhada a respeito de intenções futuras. 

Michael Porter define estratégia como a adequação entre as atividades da empresa, de forma que tal conjunto de atividades proporcione ao cliente um pacote de valor exclusivo.

A visão de Porter procura posicionar a empresa em seu ambiente competitivo.

O Contrato Psicológico e Expectativas

No relacionamento entre um funcionário e uma organização, cada uma das partes só participa pelo que espera receber em troca de sua participação.

Indivíduo e Organização são sistemas com necessidades específicas, que só se unem em relacionamento cooperativo quando este permite satisfazer às necessidades de ambas as partes.

O contrato psicológico, que pode ser definido como as expectativas mútuas do indivíduo e da organização, é a base deste relacionamento.    

A qualquer momento haverá algumas expectativas satisfeitas e outras não, mas ambas as partes possuem níveis de satisfação aceitáveis. Caso uma das partes esteja insatisfeita há três opções a serem seguidas: 

a) tentar a renegociação do contrato. Caso esta fracasse ou não ocorra, a parte descontente pode tornar-se alienada, mantendo o desempenho em padrões mínimos aceitáveis.
b) manter o relacionamento, mas em estado de alienação, que pode persistir por anos sem que nenhuma das partes se sinta motivada a mudar as condições desagradáveis. 
c) romper o relacionamento.

As mudanças estratégicas podem causar alterações no contrato psicológico, que é dinâmico e muda à medida que as necessidades das duas partes mudam.

Por exemplo, as necessidades de uma pequena empresa mudam à medida que esta se torna uma média empresa.

Da mesma forma, as necessidades do indivíduo mudam em seus diversos estágios de vida.

A Natureza das Necessidades do Indivíduo

Popular desde a virada século, a visão racional-econômica pressupunha que a motivação básica do indivíduo era econômica, de tal forma que os gerentes utilizavam estratégias de recompensa e controle, que tentavam neutralizar o lado humano (sentimento) dos indivíduos.

Na década de 1940 torna-se popular o modelo do homem-social, sendo o maior fator de motivação do indivíduo seu contato social no trabalho. Tais necessidades sociais eram, então, mais valorizadas que os incentivos econômicos do modelo anterior.

O próximo modelo em voga foi o da auto-realização, segundo o qual o indivíduo possui uma hierarquia de necessidades, a saber:

1) sobrevivência,
(2) sociais,
(3) auto estima,
(4) autonomia,
(5) auto realização.

O indivíduo deveria ser apresentado a trabalhos desafiantes e interessantes e seu bom desempenho seria recompensado por oportunidades de auto realização.

O modelo homem-complexo tenta romper com as escolas de pensamento citadas acima, pois abordagens universais são demasiadamente simples.

Este modelo reconhece que o indivíduo possui uma variedade de necessidades e uma variedade de pontos fortes.

Isto porque cada indivíduo tem história de experiências de desenvolvimento e configurações genéticas diferentes. 

Os modelos de indivíduo são importantes, pois o comportamento destes na organização é diretamente influenciado pela forma que os gerentes os veem.  

A Importância do Fator Humano

Estima-se que noventa por cento das estratégias de mudança organizacional falham porque os fatores humanos não foram bem avaliados.

No caso de uma empresa onde esteja ocorrendo corte de pessoal, por exemplo, é comum se esquecer do impacto psicológico nos empregados remanescentes.

Apesar de estas organizações aparentarem serem mais enxutas e eficientes, os efeitos colaterais na força de trabalho podem resultar na perda dos benefícios.

Uma abordagem interessante do problema é não considerar a produtividade somente em termos de entradas e saídas, mas também no relacionamento humano.

Por exemplo, uma empresa que tenha acabado de realizar demissão de funcionários pode aparentemente estar mais saudável.

Mas uma das consequências possíveis é que aumente a sobrecarga horizontal (maior número de atividades) sobre os empregados e que aumente a rotatividade da mão de obra na empresa.

Com a saída de funcionários a organização muitas vezes perde parte importante de suas competências básicas.

O desafio de se elaborar uma estratégia clara é, antes de tudo, um problema organizacional fortemente associado à liderança. Conforme pesquisa publicada em "Personnel Management" em outubro de 1994, as características mais comuns encontradas no desenvolvimento estratégico foram: 
liderança Estratégica proveniente dos escalões mais altos, com objetivo de criar a visão, estabelecerem valores e mostrar o direcionamento;

Uma equipe de executivos que compartilhe de valores comuns;

Uma visão nítida dos fatores críticos de sucesso no que diz respeito às pessoas que avaliam o desempenho da empresa.

"Você não pode se mover em qualquer direção sem levar em consideração o impacto resultante nos indivíduos, grupos, estruturas e desempenho.

Eu diria então que não se deve fazer nada sem levar em consideração os efeitos sobre os recursos humanos“ - diz o diretor de uma empresa citado nesta pesquisa.

Formulação da Estratégia Como um Processo Cultural

A visão mais tradicional que se tem de estratégia é a de resposta de uma organização ao ambiente em que se encontra. Desta forma, a gerência repensa e ajusta a estratégia conforme as mudanças no ambiente.

Porém, a organização possui severas restrições para fazer tais reajustes. Costuma-se identificar estas limitações em fatores ambientais ou internos à organização, mas a maior restrição na formulação estratégica reside-nos próprios elaboradores da estratégia.

A estratégia de uma empresa é um excelente espelho da forma que a organização pensa, de sua estrutura de poder e seus sistemas de controle.
Em muitas empresas, por exemplo, as crenças fundamentais são conservadoras, logo estratégias com baixo risco serão mais valorizadas. Este tipo de organização é chamado de "defensora".

O oposto são organizações onde a tomada de decisão é menos rígida, com menos ênfase no relacionamento formal. Estas são chamadas de "prospectoras".

A importância desta discussão não é em classificar as organizações como de um tipo ou de outro, mas sim mostrar que as estratégias adotadas por cada tipo de empresa são reflexo de sua teia cultural.

Por exemplo, as histórias de sucesso em organizações prospectoras estão relacionadas a rupturas, atitudes audaciosas, ideias novas.

Nas organizações defensoras, as histórias de sucesso valorizam a estabilidade, decisões baseadas em experiências passadas e o consenso. 

A teia cultural de uma organização é composta das rotinas, símbolos, estruturas de poder, estruturas organizacionais, sistemas de controle, e de seus rituais e mitos.

Apesar de não ser estática, tende a evoluir lentamente e é basicamente uniforme para os membros da organização (devido ao contrato psicológico).

O livro "Exploring Corporate Strategy", de Gerry Johnson e Kevan Scholes, utiliza o termo "A Receita" para reunir o conjunto dos itens que compõe a teia cultural da organização.

A Receita é, então, considerada a fórmula para o sucesso no negócio, pois é a partir dela que se origina o poder dos grupos e indivíduos mais poderosos da organização.
Isto ocorre, pois tal poder se origina da capacidade de se colocar tais crenças e valores em níveis operacionais.

Mudança Estratégica - Visão Gerencial 

Quando confrontados com a necessidade de mudar, os gerentes tomarão medidas que preservem o status quo, ou seja, que não alterem a receita (conjunto de crenças e valores de uma organização) da qual provém seus poderes.

Haveria uma tendência a não alterar o chamado "jeito que as coisas são feitas aqui" ("the way we do things around here").

Antes de buscar a mudança estratégica, haverá a tentativa por parte da direção da empresa de procurar meios de melhorar a implementação da estratégia atual, o que pode ocorrer através de controles mais rígidos, por exemplo.

Cabe aqui uma ressalva muito importante: não devemos confundir eficiência operacional com estratégia, apesar de ambas serem vitais para um nível superior de desempenho.

A diferença básica é que a eficiência operacional busca diminuir custos de produção enquanto que a estratégia busca entregar um maior pacote de valor ao cliente. 

A Receita, presença inevitável em toda organização, é uma influência conservadora que influencia diretamente no sentido de evitar a mudança estratégica, pois proporciona poder aos que são capazes de tornar a organização operacional.

Expectativas, Objetivos e Poder

Influências Externas

a) Valores da Sociedade: atitudes perante o trabalho, autoridade, tolerância, dentre outros, são valores constantemente modificados pela sociedade. Padrões de comportamento aceitáveis algumas décadas atrás podem ser indesejáveis hoje. 
b) Grupos Organizados: indivíduos muitas vezes pertencem a grupos que os influenciam, tais como sindicatos, partidos políticos e grupos religiosos.

Algumas empresas recrutam pessoas que pertençam a um grupo específico: a Golden Cross costuma recrutar protestantes e esta religião influencia bastante a cultura da empresa e, consequentemente, sua estratégia.
Muitas vezes estes grupos exercem influência de forma informal, mas desenvolvem normas de conduta que influenciam diretamente o comportamento do indivíduo.

Natureza do Negócio 

a) Situação de Mercado: a situação na qual a organização se encontra no mercado influencia no comportamento de indivíduos e grupos.
Empresas em boa situação costumam ter empregados mais resistentes à mudança. 
b) Produtos / Tecnologia: há duas maneiras possíveis das influências tecnológicas influenciarem indivíduos e grupos: através das limitações que impõe ao modo de trabalhar da organização e através da mudança das habilidades necessárias e, por consequência disto, a alteração da cultura organizacional.

Cultura Organizacional

a) História e Tradição: as histórias e os mitos de uma organização mostram a essência das estratégias passadas, legitimaram os tipos de comportamento de indivíduos e grupos de dentro da organização e as atitudes dos que estão fora desta. 
b) Liderança e Estilo Gerencial: a liderança é um fator indispensável para o desenvolvimento da estratégia. Pessoas que compartilham de valores comuns são levadas a posições de liderança de modo que possam difundir tais valores e crenças pelos demais membros da organização.
c) Estrutura e Sistemas: a estrutura da organização é importante no desenvolvimento estratégico, pois a direção favorecerá a adoção de objetivos que fortaleçam a estrutura da qual faz parte.

O sistema de controle é importante pois os indivíduos tendem a elaborar estratégias que melhorem os parâmetros medidos por tais sistemas. 
  
Poder nas Organizações

O mecanismo pelo qual as expectativas podem influenciar a política da organização é chamado de poder. É melhor definido como a extensão até a qual indivíduos ou grupos são capazes de persuadir, induzir o coagir outros em determinados cursos de ação.

Uma abordagem para o modo pelo qual o poder está estruturado nas organizações é derivada da estrutura de classes.

Marx (1876) argumentou que os interesses das classes são estruturalmente pré-determinados, independente de outras bases de identidade.

Weber estendeu os conceitos de Marx, afirmando que o poder se origina na posse e controle dos meios de produção, mas também poderia ter origem no conhecimento das operações.

Fontes de Poder na Organização 

a) Hierarquia: fornece o chamado "poder formal" sobre pessoas. É um dos métodos utilizados pela gerência senior para influenciar nos rumos da organização. Quando a decisão estratégica é bastante concentrada nos níveis mais altos da hierarquia, este tipo de poder é grande junto aos gerentes senior.
Porém, o uso isolado deste tipo de poder pode ter efeitos bastante limitados.
b) Influência: pode ser uma fonte de poder, principalmente quando proveniente de líderes carismáticos.

É usual a visão de que a mais importante tarefa do gerente é moldar a cultura organizacional, através da influência, de forma que esta se adapte à estratégia  das outras pessoas na organização que podem se interessar em alcançar as mesmas características destes indivíduos.
c) Controle de Recursos Estratégicos: é uma grande fonte de poder, mas que costuma sofrer grandes alterações ao longo do tempo. 
d) Habilidade / Conhecimento: alguns indivíduos podem ter poder a partir de suas capacidades ou conhecimentos, sendo considerados insubstituíveis. Outros criam uma mística acerca de seus trabalhos, o que pode ser uma estratégia arriscada de se obter poder, pois outras pessoas na organização podem se interessar em alcançar as mesmas características destes indivíduos.

Implementação da Estratégia

Líderes 

O desafio de se desenvolver ou restabelecer uma estratégia clara é, antes de qualquer coisa, um problema organizacional e depende da liderança.

Com tantas forças trabalhando contra a realização de escolhas e trade-off's, a presença de estrutura intelectual que guie a estratégia é necessária para contrabalançar a resistência às mudanças.

É comum observar que, em muitas organizações, a liderança se tornou meramente a implementação de melhoras operacionais e fazer acordos.

Uma das principais tarefas do líder é ensinar aos outros sobre estratégia - e como dizer não, pois as escolhas estratégicas sobre o que não se deve fazer são tão importantes sobre as que dizem respeito ao que deve ser feito.

Cabe ao líder possuir uma disciplina constante e facilidade de comunicação, guiando os empregados para que estes façam escolhas devido aos trade-off's que aparecem em suas atividades individuais e nas decisões rotineiras.  

Motivação

Uma vez escolhida a estratégia da empresa, cabe ao gerente a seguinte pergunta: " Como posso conseguir que um funcionário faça o que eu quero ? ".

Sabe-se hoje que os fatores envolvidos na produção da satisfação (e motivação) no trabalho são separados e distintos dos fatores que levam à insatisfação no trabalho.
Segue-se que satisfação e insatisfação no trabalho não são eventos antagônicos.  

Devemos considerar dois conjuntos de necessidades humanas.
Um conjunto de necessidades pode ser visto como da própria natureza animal humano - a pulsão interna em evitar a dor causada pelo ambiente, associada às pulsões aprendidas que ficam condicionadas às necessidades fisiológicas básicas.

Outro conjunto está relacionado a uma característica humana singular, a capacidade humana de experimentar o crescimento psicológico.  

Os fatores de crescimento ou motivadores que são intrínsecos ao trabalho são: execuções, reconhecimento pelas execuções, o trabalho em si, responsabilidade e crescimento ou progresso.

Os fatores que evitam a insatisfação extrínsecos ao trabalho são: política e administração da empresa, supervisão, relacionamentos interpessoais, condições de trabalho, salário, status e segurança.

Conclusão

Indivíduos e Grupos têm expectativas, objetivos e necessidades que influenciam na estratégia da organização.

Assim, o que as pessoas desejam que uma organização faça, ou seja, pode acabar influindo em seu planejamento estratégico.

Apesar da organização muitas vezes precisar se adaptar a um ambiente em constante e cada vez mais acelerando mudança, inúmera restrições limita o poder de adaptação da empresa, sendo que o próprio contexto cultural no qual os elaboradores da estratégia se encontram o principal limitador do espectro de estratégias possíveis.

Este trabalho procura mostrar a dificuldade de se conciliar planejamento e elaboração da estratégia com os interesses e as necessidades dos indivíduos; do risco de romper o contrato psicológico; de como indivíduos e grupos obtém poder para influenciar nos rumos da empresa.

Apesar de ser apenas uma breve introdução a um assunto complexo e instigante, espero que este trabalho tenha demonstrado o quão relacionado planejamento estratégico e fator humano estão.

Pois os recursos humanos de uma empresa são responsáveis por criar competências únicas que diferenciam produtos e serviços - e estratégia nada mais é do que entregar ao cliente um pacote de valor exclusivo e diferenciado.

UM PROJETO DE CAMPANHA POLÍTICA 

Vamos focar nas eleições municipais em Pernambuco e considerar as duas eleições: a majoritária de Prefeito/Vice-Prefeito e a proporcional de Vereadores, que são projetos totalmente distintos, pela natureza dos cargos em disputas, pela abrangência das campanhas, pelos investimentos realizados e pela mobilização popular.

Vale a pena falar um pouco de planejamento estratégico e gerenciamento de projeto.
Uma eleição é um grande projeto, projeto este que pode modificar a vida de milhares, e milhares de pessoas, e incrementar a economia local, daí sua importância municipal.

Como ilustração vamos utilizar o Município de Itambé na Mata Norte de Pernambuco

E dividi-los em territórios estratégicos

Eleitorado de Itambé até 31/03/2016

Territórios Estratégicos                                                              Total de Eleitores

Itambé Sede                                                                                             10.500

Quebec                                                                                                        1.500

Ibiranga                                                                                                       8.500

Caricé                                                                                                          3.500

Total ------------------------------------------- ---------------------------                    24.000

Importante: Note que o Município de Itambé ficou dividido em vários Territórios Estratégicos, e estes constituídos por diversos Bairros.

Sendo os Bairros um conjunto de Loteamentos do Município, e que podem ser tratados aqui, digo na campanha eleitoral como unidades Geo–Políticas, definidas desde já, pelas suas peculiaridades eleitorais (dentre elas, densidade eleitoral, locais de votação e características  sociocultural e religiosas).

COORDENAÇÃO DA CAMPANHA ELEITORAL

O projeto deve ser administrado de forma séria, profissional, competente e com muita eficiência, para se obter os resultados esperados – a vitória.

A principal meta a ser atingida numa eleição majoritária em qualquer lugar, é a vitória nas urnas, elegendo o Prefeito.

E se possível, a maioria dos vereadores a Câmara Municipal, para se obter a governabilidade política, bem como a governança administrativa.

A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional de uma campanha eleitoral depende dos cargos em disputa, sejam majoritários ou proporcionais, mas independente de qualquer coisa, a organização é de fundamental importância para o sucesso de uma eleição.

A eleição municipal  é sempre bastante disputada, e normalmente plebiscitária. São pouco os Municípios que existem a terceira via, ela é mais comum nas capitais e nas cidades com mais de 200 mil eleitores.

E dificilmente ocorre uma terceira via competitiva.

Inicialmente vamos sugerir uma estrutura mínima, e em função das necessidades da execução do Projeto Eleitoral podem-se criar algumas subestruturas, para auxiliar no dia a dia da campanha eleitoral, principalmente na reta final.

Muitos candidatos contratam empresas especializadas em administração de campanhas eleitorais, com estruturas administrativas, contábil, jurídica, de comunicação, de logística, de segurança e de eventos.

Algumas campanha funcionam como verdadeira empresa privada.

Importante: O Coordenador Geral da campanha e o candidato definirão as atribuições de cada Coordenadoria, bem como o Projeto Político a ser executado em função dos apoios e suporte financeiro.

A Eleição Majoritária é um tipo de eleição que pela sua abrangência e magnitude exigirá com certeza uma grande estrutura: financeira, jurídica, comunicação, apoio logístico, infraestrutura , pessoal de apoio e informática.

E, em algumas situações até segurança privada para os eventos realizados.

O PERÍODO DA CAMPANHA ELEITORAL

Deve ser o menor possível. 

O período ideal de uma campanha eleitoral com a nova legislação é de 40 dias. Que pode ser divididos em 4 períodos de 10 dias, até por que o excesso de exposição pode causar danos a imagem do candidato e gastos desnecessários.

Até por que, qualquer propaganda eleitoral só será permitida nos termos da Lei Eleitoral, a partir de 16 de agosto de 2016, até a antevéspera do dia da eleição.

E propaganda antes do registro da candidatura e do prazo supra mencionado, se constitui em propaganda extemporânea, que se configura como crime eleitoral, passível de impugnação pelo Juízo Eleitoral. 

Administrar o Tempo é Necessário !

O candidato deve administrar de forma competente o tempo de seu dia.

Lembre-se que o dia tem 24 horas.

Algumas atividades só o candidato pode realizar, por exemplo: a gravação do guia eleitoral, a participação em debates, entrevistas a imprensa, comícios, dentre outras atividades, em que o povo ou a liderança da comunidade quer um contato mais próximo com ele. Até por que “Ele é a estrela”.

Dia da Reunião Ordinária da Coordenação Geral

A Coordenação Geral se reunirá para avaliação da campanha e realizar o agendamento dos compromissos, de preferência todas as segundas-feiras à noite a partir das 19h, com os candidatos e lideranças envolvidas na campanha eleitoral.

E no horário da manhã destas segundas-feiras, realizar reunião restrita, envolvendo apenas a Coordenação Geral, a majoritária e o Conselho Político da campanha, quando necessário for.

Importante: O candidato deve aproveitar ao máximo o tempo de seu dia, e em campanha eleitoral, tempo é voto.

Por que as segundas-feiras à noite a partir das 19h ?

Como já foi mencionado, quem não se planeja, não se estabelece, é um velho adágio popular.

Quem não tem um projeto, é parte do projeto de alguém.

E quando não se tem um caminho, qualquer caminho serve.

Importante: Ao realizar as reuniões de planejamento as segundas-feiras poderemos planejar de terça ao domingo as ações da campanha de forma compartilhada, ouvindo os candidatos proporcionais, bem como as lideranças da campanha. 

Na eleição o tempo é precioso mesmo !

O dia do candidato deve ser bem aproveitado, e como sugestão, dividir o dia em intervalos de tempo, por exemplo:

1. Das 6h às 8 h – esse horário pode ser usado para fazer o chamado corpo-a-corpo nas feiras livres, terminais rodoviários, nos PSF, nos colégios, nos sinais de cruzamentos das Avenidas principais da Cidade, bem como participar de cafés da manhã com lideranças e militância.

2. Das 12h às 14 h – esse horário pode ser utilizado, para o almoço e descanso da militância. E o candidato pode utilizá-lo para almoçar com as lideranças políticas e comunitárias para  fazer as costuras políticas. 

3. Nos horários das 8h às 12 h; das 14h às 18 h e das 18h às 22h, muitas atividades poderão ser realizadas a exemplo de: reuniões, palestras, visitas, caminhadas, debates, comícios, gravação para o guia eleitoral, participação em eventos sociais e religiosos, bem como, tantos outros compromissos agendados.

4. A partir das 22 h não é permitido o uso de carro de som, e comícios só até as 24 h. 

Mas, o candidato pode participar de eventos do tipo: Jantar com lideranças, visitas do tipo de bar em bar, atividades sociais, principalmente nos sábados, domingos e feriados. 

O MARKETING POLÍTICO

A política nesse mundo globalizado, tende a receber, no Brasil, tratamento cada vez mais sofisticado e profissional.

Os tempos são outros, de mudanças e inovações com tecnologias da informação crescentes e cada vez mais exigentes, a sociedade não admite improvisações, quer resultados exitosos a curto prazo.

Logo o marketing político, está fadado a instalar-se definitivamente no País das eleições.

As dicas que vamos apresentar, com certeza poderão fazer sua campanha eleitoral vitoriosa.

E vamos a essas dicas:

 A - Escolher  uma estratégia de marketing adequada

Que podem ser o marketing: não diferenciado, diferenciado e concentrado.

O não diferenciado serve para o político projetar sua mensagem de maneira massiva, dirigindo-se a todos os segmentos sociais indistintamente.

Diferenciado é apropriado para o político planejar sua campanha com mensagens aos diversos segmentos de eleitores. 

O concentrado é adequado para se trabalhar especificamente determinada faixa de eleitores, concentrando-se a força da campanha numa única faixa do mercado.

B - Definir os segmentos–alvo e periféricos de eleitores

É tarefa importante, a localização geopolítica do eleitorado que se quer trabalhar e a identificação dos comportamentos do eleitor - alvo.

Levando-se em consideração as pequenas distancias o baixo custo operacional e um grande volume de votos a ser conquistado, é o chamado custo benefício da campanha.

Até para Lei Orgânica dos Partidos Políticos o voto tem preço, é só acessar o Fundo Partidário.

C - Saber ler o meio ambiente e identificar riscos e oportunidades

Procurar interpretar as necessidades, percepções, preferências, motivações, satisfações desses grupos é, em última análise, embasar as campanhas com fortes tons de realidade, como por exemplo:

O despertar da consciência política de segmentos estagnados (empresarial, estudantil, comunitários, sociais etc).

Fortalecimento das entidades representativas da sociedade civil organizada, os movimentos de massa, as redes sociais, quando bem trabalhadas são fortes aliados.

D - Desenvolver um conceito e uma identidade 

Desenvolver um conceito é agregar a filosofia política do candidato, o estilo de conduta, as qualidades, os antecedentes, as características físicas e comportamentais, bem como as ações do candidato no binômio  - espaço x tempo.

Candidato é um produto a ser vendido.

Quando o produto é bom, como diz o vendedor “ Não se vende, se tira o pedido”.

E - Evitar situações, atos e discursos inadequados

É importante observar os comportamentos inadequados, que abrangem o vestuário, as maneiras de se expressar, declarações feitas, ações, apresentações pessoais, etc.

Discursos difusos, inconsistentes, confusos, afastam o eleitor.

É necessário lembrar que muitos eleitores votam conscientemente.

É importante lembrar alguns fatos históricos: Roberto Magalhães perdeu a eleição 

para João Paulo, e um dos motivos - por praticar um ato obsceno (dar banana) a militância do PT em caminhada realizada em Boa Viagem um bairro do Recife. 

F - Testar o conceito e a identidade antes do lançamento

Principalmente para os candidatos de primeira viagem.
Para os antigos, será útil um reexame de posições e valores que formam seu conceito.

Não é sem sentido que muitas raposas políticas perderam eleições.

Como exemplos de: Lula, Miguel Arraes, Brizola, Roberto Magalhães, Jarbas Vasconcelos, José Serra, Aécio Neves, dentre outros.

G - Analisar os concorrentes e seu perfil político

Conhecer os concorrentes, analisar seus potenciais, suas formas de condutas e os eleitorados-alvo que procuram atingir, constituem medidas de amplo alcance, pelas possibilidades que oferece, pois, conhecendo bem os adversários um candidato fortalecerá sua estratégia de atração (política/financeiro/apoios).
Em política, dependendo do tipo de eleição, o concorrente pode estar no mesmo partido ou na mesma coligação, principalmente quando se trata de eleições proporcionais (Vereadores).

Com a instituição da fidelidade partidária imposta pelo TSE, no pós-eleitoral o seu principal concorrente – o primeiro suplente é um potencial adversário.

O patrulhamento ideológico agora aumentou, como se não bastasse a Lei das 

Cassações nº 9.840 e a Complementar nº 135, que instituiu a Ficha Limpa.

H - Ganhar projeção em entidades representativas de classes

É uma boa maneira de projeção política.

Se puder receber apoio de entidades tipos: Sindicatos dos Servidores do Município, CDL, Associações de Moradores, Movimentos Sociais Organizados, segmentos religiosos dentre outros, o candidato terá facilitado sua trajetória vitoriosa.

Essas entidades representam uma gama de eleitores, que poderão se transformar em votos potenciais.

I - Ganhar a confiança do Partido

O candidato deve ser bem visto pelo partido, principalmente, no que concerne a fidelidade ideológica e disciplina partidária.

A máquina partidária, através do Fundo Partidário pode ajudar no seu sucesso eleitoral, hoje as doações são via partidos políticos.

Alguns partidos políticos usam como estratégia eleitoral a concentração, isto é, priorizar determinado candidato, de determinado Município, e dar carga total em sua candidatura.

J - Definir com muito cuidado  a estratégia de comunicação

Esse deve constituir-se um dos principais objetivos do candidato, e uma das principais ferramentas do marketing político.

Definir o composto comunicacional é selecionar a mídia de massa, os canais mais seletivos, os instrumentos de promoção.

Costuma-se perder dinheiro, e consequentemente votos, quando não se racionaliza o pacote comunicativo, os programas de ação política deverão estar ajustados ao perfil traçado para a campanha.

K - Preparar um bom plano  e um eficiente cronograma

É importante saber que o candidato irá percorrer uma trajetória que passam pelas fases de: Convenção, de desenvolvimento, pelo período de maturação e ponto de altura máxima, o pico da eleição.

O calendário deve ser programado para o candidato atingir o pico da maturidade no dia da eleição, evitando assim o período de declínio ( a queda).

Lembre-se que Paulo Câmara, apoiado por Eduardo Campos partiu de 4% e venceu Armando Monteiro, que no mesmo período tinha 38%, e por incrível que pareça, ainda no primeiro turno das eleições de 2014.

L - Conseguir um sólido esquema de financiamento

O candidato precisa se articular para conseguir um esquema de financiamento. É comum os patrocínios a candidatos, até porque a lei eleitoral nº 9.504/97, e suas alterações permite a doação de pessoa  física.

O que não pode numa campanha eleitoral é faltar recursos para concretizar o planejamento estabelecido (programas).

O carisma do candidato pode garantir um bom posicionamento, mas é duvidoso fazer vitoriosos.

Foram poucos os “mitos” na história política do Brasil.

Os mais conhecidos foram Getúlio Vargas, Miguel Arraes, Leonel Brizola, e agora o nosso Lula, mas lembrem-se o apoio financeiro e político são de fundamentais importâncias.

M - Arregimentar grupos para trabalhos voluntários

Os grupos de voluntários são peças estratégicas de excelentes resultados nas campanhas eleitorais.

Alguns políticos já usam essas estratégias, com grupos de amigos organizando encontros, reuniões, visitas, caminhadas, até torneio de futebol e dominó apresentando o seu candidato.

O candidato deve está onde o eleitor está.

Ocupar espaço é uma estratégia necessária em qualquer eleição.

E com a redução do tempo de campanha e das doações, o voluntariado é uma boa saída para a crise financeira das eleições.  

N - Formar uma ampla base de alianças

Essa base de compromisso é extremamente eficaz para a regionalização das campanhas eleitorais.

A formação de alianças é uma iniciativa que deve ser tomada com bastante antecedência pelo candidato e seus assessores.

Não se pode perder tempo neste setor. É bom lembrar que o período das convenções é de 20 de julho a 05 de agosto. Em 15 de agosto é o registo de candidaturas, e daí para frente é só eleição.

Uma base partidária ampla, significa mais tempo no guia eleitoral, mais mídia institucional - as chamadas inserções de 30 segundos, e  mais importante, o palanque eletrônico, que  hoje é quem vem decidindo as eleições.

O – Escolher equipes profissionais de assessores

É bom lembrar que equipes profissionais que administram campanhas eleitorais veem os candidatos como um produto, que devem ser bem vendidos para ter sucesso e planejam as medidas necessárias para isto, sem erros ditados por paternalismo, achismo ou emocionalismo.

Para certas tarefas o candidato poderá se utilizar dos familiares e amigos.

Mas de um modo geral é um perigo deixar a campanha em mãos amadoristas.

P – Ter disposição e método de trabalho

A partir do momento que decide se candidatar o político se transforma numa espécie de ser coletivo.

Logo, deverá ter disposição para participar de todos os acontecimentos sociais e significativos na sua base eleitoral.

O bom candidato não perde tempo, está sempre presente em todos os momentos políticos e sociais de relevo.

É importante ser assíduo, pontual e obediente a sua assessoria.

Pois quem não se planeja, não se estabelece, diz o ditado popular.

Q – Conhecer as pesquisas de opinião, mas não se impressionar

O mais importante é não se impressionar com os resultados das pesquisas, sejam elas favoráveis ou não.

Se a pesquisas merecem crédito, os resultados contribuirão para ajustar a campanha.

Quando as pesquisas influenciam o ânimo do candidato, o sinal vermelho do perigo se acende.

A frieza, nesses casos, é de fundamental importância.

Lembre-se que a pesquisa mede o desempenho do candidato naquele momento, logo um fato novo pode mudar o cenário eleitoral totalmente. 

R – Realizar periódicas avaliações de desempenho

É importante identificar periodicamente os pontos fortes e fracos da campanha, bem como os pontos fortes e fracos dos concorrentes, é medida mais que necessária.

Essas avaliações são feitas pela equipe de assessores.

S – Ter flexibilidade e exibir jogo de cintura

Como a política é a arte de engolir sapos, como dizia Leonel Brizola.

O político é um ser flexível por essência.

Adapta-se às circunstâncias, veste-se de acordo, toma café da manhã com militantes, batiza filhos de amigos, solta preso, dá carta de recomendação para empregos.

Logo a flexibilidade é uma marca da campanha de qualquer candidato.

T – Desenvolver boa presença em comícios

O candidato deve procurar desenvolver certas habilidades no trato com a palavra.

Conhecendo o tipo de público que o assiste, será possível desenvolver uma linguagem adequada aos ouvintes.

Exige-se boa presença até nos comícios-relâmpagos, palco adequado para frases de efeitos e massificação da campanha.

Com o fim das apresentações de artistas em eventos eleitorais, levar o povo ao comício é tarefa das mais árduas nos dias de hoje.

U – Preparar-se para debates na mídia

As eleições serão fortemente influenciadas pela mídia eletrônica.

A cadeia de TV e rede de rádio, para muitos candidatos, serão fortes eleitores.

Preparar-se para enfrentar debates na TV, nas universidades, nas associações e nas rádios é medida de bom senso.
Papers especializados, preparados pela assessoria, constituem um bom indicativo.

O debate é a oportunidade que tem o candidato para tirar partido das fraquezas dos adversários e conquistar os votos necessários a sua vitória.

V – Alcançar pontos de equilíbrio em todos os programas

A tendência de alguns candidatos é reforçar certos programas, de acordo com sua personalidade e valores.

O ideal é perseguir pontos de equilíbrio em todos eles, formando uma homogeneidade necessária à eficácia da campanha.

É claro que tudo isso depende das regiões de sua atuação e do cronograma da campanha.

X – Convergir os enfoques, os apelos e os materiais para um mesmo ponto

Cuidados devem se tomar para que a massa de apelos não prejudique a unicidade do discurso.

O leque de situações variadas tende a fragmentar a direção de uma campanha.

Z – Fazer uma boa comemoração ou preparar-se para a próxima campanha

Tudo terminado, o jeito é comemorar.

E comemorar faz parte do MARKETING POLÍTICO.

Se nada der certo, não deve o candidato esmorecer.

O bom político, no dia seguinte à eleição, está trabalhando para a próxima batalha.

Portanto, mãos à obra.

Mas, esperamos que tudo dê certo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário