Por: Ilo Jorge de Souza Pereira
Especialista
em Gestão Pública e Política.
A
Região Metropolitana do Recife, constitui-se em importante distrito
produtor e consumidor de Águas Minerais, segundo PNPM são 75% da
produção estadual, um altíssimo consumo, e muitos interesses em
jogo das produtoras.
É
da maior importância social, porquanto fundamental para a Saúde
Pública, mercê de históricos problemas quantitativos ou até mesmo
qualitativos de abastecimento público enfrentados pela RMR.
A
localização de captações de Água Mineral em áreas próximas e
até já inseridas na urbanização e, em aqüíferos intensamente
utilizados para vários outros fins de abastecimento público,
condominiais e industriais levou o DNPM-PE a iniciar os
monitoramentos de rebaixamentos de níveis, de volumes captados e
contaminantes, no resguardo do estratégico recurso natural e da
saúde pública.
As
captações alvo de 70 poços tubulares profundos de 32 empresas,
situam-se em área de 180km², na RMR, em aqüíferos regionais
denominados de Barreiras e Beberibe.
A
participação das Águas Minerais é irrisória, isto é, inferior a
0,6 % no total explotado dos recursos hídricos subterrâneos na RMR.
Foram observados rebaixamentos de níveis bem menores que os
previstos em outros trabalhos e até recuperações nos Aqüíferos
Barreiras em Camaragibe - Aldeia e no Beberibe, embora em áreas de
mais intensa explotação já ocorram
rebaixamentos importantes.
Teores
crescentes de Nitratos já foram detectados em áreas mais
próximas da urbanização. Ações públicas integradas e política
específica de enfrentamento da questão são sugeridas.
Diferentemente
do que se imagina popularmente, as Águas Minerais não são
engarrafadas a partir de fontes cristalinas jorrantes, ou cachoeiras
que brotam e correm sobre rochas, em meio a frondosas matas virgens.
Na
Região Metropolitana do Recife – RMR, e de resto em todo Estado),
as Águas Minerais, em quase sua totalidade, em mais de 95% dos casos
são captadas, digo explotadas, extraídas a partir de poços
tubulares profundos de 30 a 200 metros de profundidade e diâmetros
de revestimentos de 4,5 a 8 polegadas, em PVC aditivado, cujas
construções têm que seguir determinadas normas técnicas de
segurança em relação a contaminações externas e dos próprios
materiais constitutivos dos poços.
Mesmo
as pouquíssimas fontes, digo as surgências, explotadas
constituem-se
em sistemas de captações que por construção têm que ser isoladas
ou até mesmo protegidas do ambiente externo e das contaminações
dos entornos próximos e afastados.
Na
verdade, toda Água Mineral é captada de forma fechada, ou seja, sem
contato da água captada com o ambiente externo.
As
empresas de Água Mineral situadas na área objeto do estudo
realizado operam 75 poços tubulares.
Enquanto
isto, Costa et all (2004), cita que no município de Recife existem
mais de 5 mil poços tubulares profundos, aqueles de mais de 20
metros de profundidade em funcionamento e estima, para a Região
Metropolitana do Recife, a existência de mais de 15 mil poços entre
rasos e profundos.
Os
engarrafamentos ou as captações de Água Mineral da RMR
encontram-se distribuídos em faixa situada ao norte do Recife,
limitada entre a referida capital e o município do Paulista,
abrangendo as localidades de Aldeia, Macaxeira, Nova Descoberta,
Sítio do Pica-pau Amarelo e redondezas, Paratibe e Beberibe,
ostentando grandes áreas ainda pouco urbanizadas e ainda
apresentando considerável e até exuberante cobertura vegetal ainda
em significativa extensão, estando
consequentemente menos sujeita a contaminações dos aqüíferos.
Hoje,
em todo o estado de Pernambuco existem 56 (cinquenta e seis)
Concessões de Lavra de Água Mineral, incluindo uma
caduca.
Do
total das áreas, constituindo-se em verdadeiro distrito produtor
de Águas Minerais, responsável por 75% da produção comercializada
no Estado.
Dois
grandes aqüíferos são responsáveis pelo abastecimento das
unidades engarrafadoras de Águas Minerais na área monitorada: o
Aqüífero Barreiras, explotado em menor proporção por indústrias
instaladas em Aldeia, é um aqüífero de caráter regional,
estendendo-se do Pará ao Espírito Santo, e o Aqüífero Beberibe
que se estende do Recife à fronteira da Paraíba com o Rio Grande do
Norte, de onde se abastece a grande maioria das indústrias do
segmento das Águas Minerais, na faixa já informada que vai do
Recife a Paulista.
Os
referidos aqüíferos, especificamente dentro da área do
monitoramento, são alvos de outros aproveitamentos, ou seja,
industriais, agropecuários, digo as granjas, residenciais e
condominiais, empresas fornecedoras a partir de caminhões-pipas e
consideravelmente por parte da COMPESA.
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