Por: Ilo Jorge de Souza Pereira
Especialista em Gestão Pública e Política.
← 3 – O carro
como serviço de t
TRANSPORTE PÚBLICO E SEUS SISTEMAS
5 – Alguns conceitos básicos do transporte urbano deTransporte público ou transporte coletivo designa um meio de transporte no qual os passageiros são usuários do Sistema, e as linhas são servidas
por empresas ou proprietários. Os serviços de transporte público podem ser
fornecidos tanto por empresas públicas como privadas, nesse
caso em regime de outorga na forma de concessão ou permissão e mediante processo
licitatório.
Os serviços
de transportes públicos na maioria das
cidades brasileiras, quando disciplinados pelos seus Sistemas assim se
classificam:
I – Serviços
Convencionais: Aquele prestado consoante parâmetro técnico-operacionais
previamente estabelecidos, com referencia a itinerários, frota, tarifas e
período de funcionamento, visando ao atendimento das necessidades básicas de
transportes no município;
II – Serviços
Temporários: São aqueles prestados em caráter temporário a título precário;
III –
Serviços Especiais: Aqueles executados através de contratos, objetivando
realizar o transporte de escolares, trabalhadores e quaisquer outras categorias
que usufruam, em grupo, de serviços similares, com periodicidade definida; e os
que se constituem em viagem com a finalidade recreativa;
IV –
Serviços Complementares: Os que objetivam oferecer aos usuários, um serviço
opcional, envolvendo também características excepcionais de equipamento,
operação e tarifa, e
V – Serviços
Alimentadores: Aqueles que têm como característica principal a integração aos
serviços convencionais, mesmo parciais, e obedecendo a parâmetros
técnico-operacionais semelhantes aos referidos serviços convencionais.
TRANSPORTE
PÚBLICO URBANO
Os
transportes públicos numa cidade permitem o deslocamento das
pessoas de um ponto a outro na área dessa cidade. A grande maioria das áreas
urbanas de médio e grande porte possui algum tipo de transporte público urbano.
O seu fornecimento adequado, em países como Portugal e Brasil, é, geralmente, de responsabilidade municipal, embora o município possa conceder licenças, às vezes acompanhadas de subsídios, a companhias particulares, permissionárias ou concessionárias do
Sistema de Transporte Público de passageiros - STPP.
O transporte
público urbano é parte essencial de uma cidade. Idealmente devem constituir o
meio de locomoção primário em uma cidade, garantindo o direito de ir e vir de
seus cidadãos. Além disso, ao utilizar o transporte público o cidadão contribui
para a diminuição da poluição do ar e sonora, do consumo de combustíveis das fontes não renováveis e
para a melhoria da qualidade de vida urbana, uma vez que menos carros são utilizados para a
locomoção de pessoas.
UM POUCO DE
HISTÓRIA
Em 1826, com a criação do ônibus por Stanislas
Baudry, na também
francesa Nantes é que o conceito de
transporte público seria retomado, e ainda seguindo os mesmos critérios
definidos por Pascal, que a propósito ainda hoje estão presentes no transporte
público moderno.
Em 1828, próprio Baudry fundou em Paris a Entreprise Générale des Omnibus, para explorar o serviço de
transporte coletivo na capital francesa. Logo em seguida, seu filho iniciaria empreendimentos similares em Lyon e Bordéus. Abraham Brower havia estabelecido em 1827, a primeira linha de
transporte público em Nova Iorque.
Em 1829, a novidade chegaria a Londres pelas mãos de George
Shillibeer e, a partir daí alcançaria rapidamente as principais cidades da América, Europa e demais partes do mundo.
O ônibus foi à primeira modalidade a servir o transporte público. Inicialmente
tracionado por cavalos (conhecido em Portugal por americanos, evoluiu popularizando os
sistemas de bondes, ao incorporar trilhos e, posteriormente,
substituindo a tração animal por eletricidade.
Em 1863, a inauguração da primeira
linha de metrô, em Londres, viria estabelecer novos paradigmas de qualidade no transporte público.
O metrô de Londres era uma adaptação urbana da já conhecida ferrovia. Porém, segregando-se o sistema em vias exclusivas, subterrâneas, o metrô alcançava inédita eficiência em velocidade e volume de passageiros transportados, liberando a superfície para o
transporte individual ou para os pedestres.
Após Londres, Paris inauguraria seu Métropolitain em 1900.
Nova Iorque teria oficialmente sua primeira linha subterrânea de metrô em 1904, embora já contasse com
linhas elevadas urbanas três décadas antes disso.
Em Portugal, o Metropolitano de Lisboa foi inaugurado no dia 29 de
dezembro de 1959.
No Brasil, a primeira linha subterrânea
foi inaugurada em 1974, dando início ao Metrô de São Paulo.
Com a
popularização do automóvel no início do século XX, o ônibus retornaria à pauta como alternativa de transporte público.
Inicialmente, os ônibus eram baseados na estrutura de
caminhões, com uma carroceria adaptada
para o transporte de passageiros.
Posteriormente,
o ônibus foi adquirindo personalidade, ganhando sofisticação tecnológica e conquistando seu espaço próprio no
mundo dos transportes.
Atualmente o
ônibus é a modalidade predominante de transporte coletivo em virtualmente todas
as cidades brasileiras, mesmo naquelas dotadas de sistemas metroviários.
Devido ao
alto custo de implantação do transporte sobre trilhos e à burocracia da gestão pública, nunca houve perspectiva de
esse quadro mudar em curto prazo.
MODALIDADES
1. ÔNIBUS OU
AUTOCARRO
Os ônibus
(autocarro em Portugal) são práticos e eficientes em rotas de curta e média
distância, sendo frequentemente o meio de transporte mais utilizado no
transporte público, por constituir uma opção econômica. A maior vantagem do
ônibus é sua flexibilidade. As companhias de transporte procuram estabelecer
uma rota baseada num número aproximado de passageiros na área a ser tomada. Uma
vez estabelecida à rota, são construídos os pontos de ônibus (paragem
de autocarro, em Portugal) ao longo dessa rota.
Porém, dada
a sua baixa capacidade de passageiros, os ônibus não são eficientes em rotas de
maior uso. Em rotas altamente usadas,
causam muita poluição, devido ao maior número de ônibus necessários para o transporte
eficiente de passageiros. Neste caso, é considerada a substituição da linha de
ônibus por outra linha usando bondes ou mesmo um metrô.
Para
aumentar a capacidade do sistema, muitas cidades estão aderindo à construção de
vias exclusivas para ônibus, sistema conhecido como Veículo Leve Sobre Pneus
(VLP), que foi primeiramente implantado na cidade brasileira de Curitiba, aqui no Recife o melhor
exemplo, é a Avenida Caxangá e o Corredor da Conde da Boa Vista. Na última
década o VLP foi construído em outras cidades do mundo como São Paulo (Expresso Tiradentes), a capital chilena Santiago (Transantiago) e cidades americanas como Los Angeles e Las Vegas.
2.
BONDE OU ELÉCTRICO
Os bondinhos
(eléctrico em Portugal) são veículos que se movimentam sobre trilhos construídos no solo, e são alimentados por eletricidade, via cabos de eletricidade instalados ao longo da rota. Podem
transportar mais passageiros do que um ônibus não articulado e não poluem
diretamente o meio ambiente. O Recife teve seu sistema de Bonde elétrico sobre
trilho.
Porém,
devido à impossibilidade de locomoção lateral, podem causar problemas de
trânsito em ruas cujo tráfego é pesado, especialmente porque a linha de bonde é
instalada geralmente no centro da rua. Quando o deslocamento de passageiros é
feito numa via pública comum, sempre que o bonde para nas suas paradas
(paragens, em Portugal) semelhantes às de ônibus (ao invés de uma estação à
parte), todos os veículos que o seguem são forçados a parar, até que o
deslocamento de passageiros dentro e fora do bonde tenha terminado. Para a
resolução deste problema, a construção de uma via pública exclusiva para bondes
pode ser considerada ideal.
Os bondes
são, além disso, mais caros de se manter, por causa da constante manutenção
necessária das linhas de eletricidade que alimentam o bonde. Atualmente, poucas
cidades, como Toronto e San Francisco, usam bondes em larga escala para o transporte eficiente de
passageiros. Linhas de bonde de diversas cidades atuam como atrações
turísticas, como em San Francisco, Lisboa, Porto, Rio de Janeiro, Campos do Jordão e Santos.
3.
METRÔ
O metrô
(metro ou metropolitano em Portugal) é utilizado quando os ônibus ou bondes não
atendem de modo eficiente à demanda de transporte de passageiros em certas
rotas da cidade. Isto acontece quando os passageiros precisam percorrer longas
distâncias ou se as rotas de ônibus/bondes ficam frequentemente congestionadas.
O metrô é
alimentado por eletricidade, e são totalmente separados de espaços de acesso
público, como ruas, estradas, ferrovias, parques e outros. O metrô pode rodar
em túneis abaixo do solo, em terra (quase sempre separada de outras áreas através
de cercas) ou no ar, suspenso
através de pilares, como exemplo em Porto Alegre. Os passageiros embarcam em
estações construídas ao longo da linha de metrô.
O metrô é um
meio de transporte que não implica grandes custos a nível ecológico/ambiental,
sendo ideal para o transporte em massa de passageiros. Porém, sua manutenção é
muito cara, a bem da verdade só é economicamente viável em rotas de alta
densidade. Além disso, ao contrário dos ônibus, as rotas de metrô precisam ser
cuidadosamente planejadas.
4.
TREM
O trem (comboio, em Portugal) é um
tipo de transporte público interurbano, mais usado para o transporte de
passageiros em massa, cobrindo uma rota entre dois pontos bem afastados, sendo,
geralmente, de responsabilidade do estado.
Às vezes são
de responsabilidade regional, quando são usadas como meio de transporte de
passageiros numa grande cidade, ou entre diferentes cidades localizadas
próximas uma da outra. Geralmente, aos passageiros usando trens interurbanos
não é concedido o direito de transferimento (integração) para outros meios de
transporte público de uma dada cidade sem antes pagar taxa integral para o uso
de tal transporte.
5. BALSA
As balsas
(também conhecidas como ferrys)
cobrem certos trechos entre dois pontos separados por um corpo de água, que não possuem acesso entre
si por meio de pontes e/ou túneis, ou quando tais conexões estão muito afastadas de certas rotas de
interesse público. No Brasil, por exemplo, são largamente
usadas entre Santos e Guarujá. Em Portugal é conhecida à ligação feita
por "Cacilheiros" e Catamarãs entre Almada, Trafaria, Barreiro e Lisboa a cargo da Transtejo.
6. OUTROS TIPOS
DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Transporte público coletivo: Serviço de autocarro/ônibus, metro/metrô, barco, comboio/trem com um
percurso, horário e tarifa fixo fornecido por uma empresa de transporte. Esta
empresa pode ser pública ou privada.
Transporte público individual: táxi, mototáxi, bike-táxi, barco-táxi, riquexó, car-sharing (aluguel à
hora), aluguel de carro. Apesar de mais de uma pessoa poder usar um táxi ou um
carro alugado, você e seus amigos, por exemplo, se considera transporte
individual na mesma. Táxi partilhado, muito comum em países árabes, é incluído
nesta categoria, apesar de ser um serviço de transporte coletivo. Táxi privado,
comum em países da antiga União Soviética onde você usa seu carro particular
como táxi, pode ser enquadrado nesta categoria.
Transporte privado coletivo: Autocarro/ônibus escolar/de e para o aeroporto/ para levar trabalhadores
para uma fábrica. Car pooling (carona/boleia).
Transporte privado individual: carro particular, bicicleta, moto, jet-ski, helicóptero, patins,
patinete/trotinete, sapatos (andar a pé).
FUNCIONAMENTO
DO STPP COMO UM TODO
No
planejamento de um sistema de transportes públicos urbanos é preciso ter em
conta a eficiência do mesmo, permitindo aos seus usuários tomar o mínimo de
rotas possíveis e/ou a menor distância possível. O sistema precisa também ser
economicamente viável para os seus usuários.
FORMA DE
COBRANÇA DOS USUÁRIOS
- Livre: não cobra taxas dos seus usuários.
- Cartão ilimitado de uso: O usuário compra um cartão que possui foto e identidade do usuário, que lhe
permite usar o sistema ilimitadamente por certa quantidade de tempo. O cartão precisa ser
verificado pelo motorista do veículo ou pelo cobrador da estação.
- Pré-paga: o usuário usa um cartão que pode precisar ser carregado em um
posto licenciado. Quando usando o cartão ao usar uma rota, a taxa é
cobrada automaticamente.
- Tickets ou tokens que
podem ser comprados com antecedência.
- Tickets ou vale descontos
para certos usuários como idosos e estudantes.
- Por distância: cobra-se pela distância percorrida pelo usuário, usado na maioria
das cidades do Japão.
- Passes de diversas modalidades, que consistem num documento identificativo do
portador e que permitem o uso de determinados transportes públicos numa
área ou rota pré-estabelecida, pagando-se determinadas quantias em
períodos definidos (mensalmente, por exemplo).
Certos
usuários como crianças em idade pré-escolar são muitas vezes isentos de qualquer taxa.
SISTEMA
Quanto aos
Sistemas de Transportes Públicos de Passageiros – STPP, eles apresentam algumas
características, que variam em função da legislação municipal:
- Livre: não cobra taxas dos seus usuários.
- Transporte totalmente integrado: taxa única paga apenas
na entrada, sendo que o usuário pode pegar conexões entre diferentes rotas
sem o pagamento de uma taxa extra. Usado na maioria das cidades europeias, todas as cidades do Canadá, bem como a maioria das
cidades americanas.
- Transporte integrado: taxa única paga apenas
na entrada, passageiro precisa desembarcar em certos terminais centrais
integrados para tomar outra rota, caso contrário, precisa pagar uma taxa
extra. Usado na maioria das cidades do Paraná, na Rede Metropolitana
de Goiânia e no Sistema Transcol,
presente na Região
Metropolitana de Vitória.
- Único Terminal: de um único terminal partem todas as linhas, como por exemplo, em
Rio Branco (AC) e Anápolis (GO).
- Por distância: cobra-se pela distância tomada pelo usuário. Usado na maioria das
cidades do Japão.
- Transporte semi-integrado: Passageiros podem tomar
uma conexão livre de taxa num
terminal central de integração da companhia de transporte; porém, precisam
pagar uma taxa para pegar rotas de outras companhias. A cidade de São
Paulo é um
exemplo disso; passageiros tomando o metrô da cidade precisam pagar uma
taxa extra para pegar rotas de ônibus, e vice-versa.
- Não integrada: Passageiros precisam pagar uma nova taxa ao pegar uma nova
conexão. Comum em pequenas cidades e várias cidades americanas.
- A Cidade de Petrópolis
usa atualmente os dois sistemas, (integrado e não integrado). O sistema
integrado. conta com 6 (seis) terminais de integração, onde o passageiro
pode se deslocar de um ponto a outro, pagando apenas uma passagem e esta
atualmente toda sistematizada com o cartão da Setranscard que é
recarregável, este sistema permite aos passageiros mais agilidade, e menor
custo das passagens pois utilizam-se de apenas duas passagens diárias para
se deslocar de casa-trabalho e trabalho-casa.
MANUTENÇÃO
ECONÔMICA
As
companhias que administram o sistema de transporte público urbano quase nunca
são autossuficientes, isto é, a receita gerada pelas taxas de entrada e propaganda não são suficientes para cobrir despesas com salários de funcionários e
manutenção de equipamentos. A companhia de Metrô de São Paulo, por exemplo, teve um
prejuízo de aproximadamente 350 milhões de reais no ano fiscal de 2003. Na América do Norte, a companhia mais eficiente
economicamente é a Toronto
Transit Commission, de Toronto, Canadá, gerando 81% (dado de
2004) da receita necessária para auto-sustentação.
O resto da
receita necessária para a manutenção do sistema de transporte público urbano
precisa ser pesadamente subsidiado pelo município (ou mesmo pelo governo),
financiamento que pode custar caro aos cofres públicos da cidade e que causa
frequentemente querelas públicas e aceso debate político.
IMPACTOS AMBIENTAIS
Apesar de
haver constante debate acerca da eficiência de diferentes sistemas de
transporte, o transporte público é geralmente visto como uma opção adequada em
termos de eficiência energética. Um estudo feito em 2002, pela Brookings
Institution e a American
Enterprise Institute mostrou que
o transporte público nos Estados Unidos consome a metade do combustível dos
carros e caminhões leves. Além disso, o estudo verificou que veículos
particulares emitem 95% mais de monóxido de carbono e duas vezes mais dióxido de carbono e óxido de nitrogênio do que veículos de transporte
público para cada passageiro por milha percorrida.
Estudos
mostram que existe forte correlação inversa entre densidade urbana e consumo
de energia per capita. Assim, o
transporte público poderia facilitar o adensamento populacional, e, com isso,
reduzir a distância dos trajetos e o consumo de combustíveis fósseis.
Ambientalistas costumam alegar que o transporte público é menos poluente do que o
transporte por automóveis. Um estudo de 2004, feito em Milão, Itália, durante uma greve no sistema
de transportes ajuda a evidenciar o impacto do transporte de massa sobre o meio ambiente. Foram coletadas amostras do ar entre os dias 2 e 9 de janeiro. As
amostras foram testadas com o objetivo de identificar gases prejudiciais ao
meio ambiente, tais como metano, monóxido de carbono e hidrocarbonetos em geral. Foi feita uma simulação de computador que mostrou os
resultados do estudo. No dia 2 de janeiro há menor concentração, resultado do
menor trânsito na cidade durante o feriado de final de ano. No dia 9 de janeiro
havia maiores concentrações desses gases devido à greve, que aumentou a frota
de veículos particulares nas ruas da cidade.
Com base nos
benefícios do transporte público, esses estudos tiveram impacto em políticas
públicas. Por exemplo, em 2009, o estado de New Jersey lançou uma iniciativa de planejamento urbano.
O objetivo
dessa iniciativa foi realocar a oferta de emprego a áreas de maior
acessibilidade ao transporte público. A iniciativa percebia que o uso do
transporte público seria uma forma de reduzir engarrafamentos, e, além disso, forneceria um estímulo econômico a áreas beneficiadas
pela realocação de emprego, contribuindo com a redução de emissão de gás
carbônico (CO2).
O uso do
transporte público resulta em redução do consumo de gás carbônico per capita e
do consumo de energia. Outros dois benefícios são a redução dos engarrafamentos
e o uso mais eficiente do planeta terra. Quando levados em conta esses três
fatores, estima-se que 37 milhões de toneladas de CO2 deixam de ser emitidas
anualmente. Outro estudo mostra os benefícios potenciais do transporte público
em termos de emissão de gás carbônico nos Estados Unidos.
Para
comparar o transporte público com o transporte particular em termos de gasto
energético, deve ser calculada a quantidade de energia gasta por passageiro em
uma dada distância percorrida. No estudo de David JC MacKay, são mostradas
diversas vantagens do transporte público.
USO DO SOLO
Estudos
mostram que o transporte público utiliza o espaço urbano de forma mais
eficiente do que o transporte particular e permite uma organização menos
esparsa das cidades. O planejamento urbano centrado no transporte público
otimiza essa organização. Isso permite a criação de centros comerciais próximos
aos intermodais, atendendo às necessidades de
consumo e de serviços da população local, o que reduz a dispersão urbana.
ECONÔMICO
O transporte
público leva a economias de escala, ou seja, investir nessa
modalidade de transporte reduz o custo total do transporte. A economia de tempo
também pode ser significativa, pois a menor quantidade de carros nas ruas leva
a menos congestionamentos, o que aumenta a velocidade média dos veículos.
Modelos de Transit-oriented
development podem
aumentar a utilidade e eficiência do sistema de transporte público, assim como
podem permitir o florescimento de novos desenvolvimentos comerciais, além de
modos mais organizados de zoneamento urbano.
Por isso, o
maior acesso a meios de transporte tende a alterar, em geral, positivamente, o
valor do planeta terra. No entanto, há também efeitos negativos no valor da
terra, advindos, por exemplo, da poluição sonora.
Muitas
cidades observam que novos sistemas de transporte público possuem benefícios
econômicos substanciais, provocando o desenvolvimento econômico e social da
região, e aumentando o valor da terra na região.
Sistema de
transporte público fixas e bem planejadas, tais como ferrovias, aparentemente possui
um impacto maior, talvez por que a construção destes meios de transporte
significa assumir um objetivo a longo prazo para providenciar transporte para
localidades específicas. Além disso, um eficiente e bem planejado sistema de
transporte público maximiza os benefícios econômicos e ambientais de
investimentos para o transporte público através do incentivo de maior
desenvolvimento dentro de um certo raio das estações.
Traduzir o
impacto econômico em uma fonte de renda para a rede de sistemas de transporte
público tem sido um sonho de uma maioria de planejadores urbanos. Poucas localidades possuem a
habilidade de ceder o direito de desenvolvimento para um operador de transporte
público urbano privado, tal como Hong Kong tem feito. O sucesso de Hong Kong ilustra bem o potencial desta ideia.
Outros
alegam que o transporte público não é prático, por causa de seus altos custos e
de sua ineficiência. Estas pessoas alegam que os custos de construção e de
manutenção de um quilômetro de trecho de metrô ou de light rail muitas vezes equivale ou
mesmo excede aos custos de construção e manutenção o quilômetro de vias expressas urbanas, embora não desviem o mesmo número de veículos - embora
proponentes do transporte público disputam a veracidade desta última
informação.
Além disso,
as pessoas contra o transporte público alegam que os projetos de transporte
público muitas vezes não incluem custos de operações em longo prazo, que geralmente
não são cobertos pela arrecadação gerada através dos passageiros.
Ora e meia,
sindicados de transporte público tem realizado greves, ameaçando colocar a
população da área urbana como reféns, até que suas demandas sejam atendidas. Porém,
por causa do crescente congestionamento de automóveis, o número de pessoas
utilizando-se de sistemas de transporte público nos Estados Unidos aumentou em
21% - mais do que o aumento do mesmo período em veículos o quilômetro, e
excluindo passageiro o quilômetro em linhas aéreas.
Diversos
Estados americanos considerados anteriormente a favor apenas de vias expressas,
tais como o Colorado e o Utah, tem aprovado mais
investimentos para seus sistemas de transporte público.
O TRANSPORTE
PÚBLICO ILEGAL
Muitos
países subdesenvolvidos enfrentam o problema do transporte público ilegal.
Em várias
cidades como Sevilha, Calcutá e Ciudad Del Este, muitas pessoas, para
sustentarem-se, cobram uma taxa fixa para transportar, ilegalmente, pessoas em
veículos (vans e caminhonetes são os mais comuns) não
cadastrados, fazendo-se passar por um órgão de transporte oficial. Isto causa
grandes prejuízos econômicos para a(s)
companhia(s) de transporte público que operam na cidade (devidamente
cadastradas pelo órgão de transporte oficial da cidade/país).
Este tipo de
transporte também coloca em perigo a vida dos passageiros
transportados, através do uso de veículos não inspecionados, apresentando por
vezes problemas mecânicos; ou através do motorista, não devidamente licenciado
pelo governo, digo habilitado.
Na região amazônica, Indonésia e no interior da China, barcos de passageiros não
cadastrados muitas vezes transitam em rios e mares, superlotados, e também colocando
em perigo a vida dos passageiros transportados. Outro problema, existente em
vários países da África, América Latina e Ásia, são as companhias de
transporte interurbano que não cadastram devidamente seus veículos.
Apesar de
ser ilegal, este gênero de serviço é bastante usado pela população em geral,
por duas razões:
- Falta
de transporte público adequado na região, especialmente em regiões
isoladas como florestas
tropicais.
- Mesmo
quando formas legais de transporte público estão disponíveis, várias
pessoas ainda usam os métodos ilegais de transporte, uma vez que muitas
vezes cobram menos dos seus passageiros, que não têm como pagar mais caro
para usar o transporte público legalizado.
- No
nordeste brasileiro é comum o serviço de transporte clandestino por
automóvel, é o chamado transporte “Pirata”.
PROBLEMAS
SOCIAIS
Críticos do
transporte público muitas vezes alegam que o transporte público atrai
"elementos não desejáveis", como histórias de criminosos atrás de
passageiros, e de sem-tetos dormindo em trens. Em algumas ocasiões, passageiros
reagiram, tomando a lei em suas próprias mãos.
Apesar
destes incidentes, a grande maioria dos sistemas de transporte público é bem vigiada
e geralmente possuem baixas taxas de criminalidade. A maioria dos operadores de
sistemas de transporte público desenvolveram métodos para desencorajar as
pessoas a usarem suas facilidades como abrigo noturno. Sistemas de transporte
público bem desenvolvido são utilizados por pessoas de diversas classes sociais,
e novos sistemas possuem um impacto positivo no valor da terra e propriedades
próximas às estações.
O sistema de
metrô de Hong Kong arrecada parte de suas verbas através do desenvolvimento de
propriedades próximas às suas estações. Muito da oposição pública a novos
projetos de transporte público são por causa do impacto em bairros por causa do
novo desenvolvimento econômico provocado pela inauguração destes sistemas.
Em
contraste, acidentes de carros causam cerca de um milhão de mortes no mundo
todo. Nos Estados Unidos, foram registrados em 2003, um total de 42.643 mortes,
três vezes mais o número de assassinatos 14.408. Mais de nove de cada dez
pessoas nos Estados Unidos ou no Canadá locomovem-se para seus locais de trabalho através do uso de automóveis.
ALIMENTOS E
BEBIDAS NO TRANSPORTE PÚBLICO
Alguns
sistemas de transporte público proíbem alimentos e/ou bebidas dentro de
estabelecimentos e veículos administrados por este dado sistema. Regras tendem
a ser mais rígidas em bondes, metrôs e ônibus do que em trens interurbanos de
longa distância. Em fato, por vezes trens interurbanos vendem alimentos e
bebidas a bordo, ou até mesmo possuem um carro de bufê ou um restaurante.
Alimentos e bebidas trazidos de fora são permitidos, exceto aqueles em vagões
especiais.
ABRIGO EM
TRANSPORTE PÚBLICO
Na era onde
viagens de longas distâncias tomavam diversos dias, acomodações adequadas para
o sono era uma parte essencial do transporte público. Atualmente, a maioria das
linhas aéreas e trens de longa distância oferecem assentos reclináveis e muitos
fornecem travesseiros e cobertores para viajantes noturnos. Serviços que
oferecem melhores instalações para o sono são comumente oferecidos, através do
pagamento de um extra (exemplo, serviço de primeira classe existente em muitas
linhas aéreas internacionais), e incluem vagões equipados com camas em trens
noturnos, maiores cabinas privadas em navios, e assentos em aviões que são
conversíveis em camas. Alguns turistas, inclusive, fazem uso de trens noturnos
ou de viagens de ônibus noturnas, para evitar pagar por um hotel.
A habilidade
de tomar sono adicional no caminho para o trabalho é uma opção atrativa para
muitas pessoas usando sistemas de transporte público. Alguns sistemas de trens interurbanos
inclusive fornecem "vagões silenciosos" onde conversas em alto volume
e telefones celulares são proibidas.
Ocasionalmente,
uma rota de transporte público local com um longo segmento noturno, e que
aceita passes multi usos de baixo preço, adquire a reputação de um "hotel
móvel" para pessoas com fundos limitados. A maioria dos sistemas de
transporte público, porém, desencorajam ativamente isto, e até mesmo um preço
baixo detém os indivíduos mais pobres, incluindo sem-tetos. Um exemplo disto é
a rota de ônibus 22 da Autoridade de Transporte do Vale de Santa Clara,
cognomeada Hotel 22, entre Palo Alto e San José. Um passe por 24 horas custa
quatro dólares e um passe mensal, 45 dólares, muito menos do que um hotel, casa
ou apartamento.
Outro
exemplo são os serviços de trens interurbanos operados pela CityRail em Sydney, Austrália. Trens relativamente confortáveis operam entre Sydney e Lithgow ou Newcasttle, durante a noite, em viagens de aproximadamente duas horas e meia de
duração. Idosos, deficientes e pais únicos possuem direito a um passe diário,
cujo valor é de 2,2 dólares australianos.
Referências
Lyndsey
Layton, "Study Lists Mass Transit Benefits", The Washington Post, 17
July 2002, Page B05
Newman,
1999
Barletta,
Barbara; Dabdub, Donald; Blake, Donald R.; Rowand, F. Sherwood; Nissenson,
Paul; Meinardi, Simone (2008). «Influence of the public transportation system
on the air quality of a major urban center. A case study: Milan, Italy». Atmospheric Environment. 42 (34): 7915–7923. doi:10.1016/j.atmosenv.2008.07.046
Todd
Davis; Monica Hale. “Public Transportation’s Contribution to U.S. Greenhouse
Gas Reduction. Sept. 2007. p. 25”
Wikipédia – Enciclopédia Livre
STPP – Goiana - PE