Por: Ilo Jorge de Souza Pereira - Especialista em Gestão Pública e Política
A
política nesse mundo globalizado, tende a receber, no Brasil,
tratamento cada vez mais sofisticado e profissional.
Os
tempos são outros, de mudanças e inovações com tecnologias da
informação crescentes e cada vez mais exigentes, a sociedade não
admite improvisações, quer resultados exitosos a curto prazo.
Logo
o marketing político, está fadado a instalar-se definitivamente no
País das eleições.
As
dicas que vamos apresentar, com certeza poderão fazer sua campanha
eleitoral vitoriosa.
E
vamos a essas dicas:
A
- Escolher uma estratégia de marketing adequada
Que
podem ser o marketing: não diferenciado, diferenciado e concentrado.
O
não diferenciado serve para o político projetar sua mensagem de
maneira massiva, dirigindo-se a todos os segmentos sociais
indistintamente.
Diferenciado
é apropriado para o político planejar sua campanha com mensagens
aos diversos segmentos de eleitores.
O
concentrado é adequado para se trabalhar especificamente determinada
faixa de eleitores, concentrando-se a força da campanha numa única
faixa do mercado.
B
- Definir os segmentos–alvo e periféricos de eleitores
É
tarefa importante, a localização geopolítica do eleitorado que se
quer trabalhar e a identificação dos comportamentos do eleitor -
alvo.
Levando-se
em consideração as pequenas distancias o baixo custo operacional e
um grande volume de votos a ser conquistado, é o chamado custo
benefício da campanha.
Até
para Lei Orgânica dos Partidos Políticos o voto tem preço, é só
acessar o Fundo Partidário. E a partir dessa eleição municipal
entre em vigor o FUNDÃO – Fundo Público de Financiamento de
Campanha.
C
- Saber ler o meio ambiente e identificar riscos e oportunidades
Procurar
interpretar as necessidades, percepções, preferências, motivações,
satisfações desses grupos é, em última análise, embasar as
campanhas com fortes tons de realidade, como por exemplo:
O
despertar da consciência política de segmentos estagnados e
revoltados com a classe política (empresarial, estudantil,
comunitários, sociais etc).
Fortalecimento
das entidades representativas da sociedade civil organizada, os
movimentos de massa, as redes sociais, quando bem trabalhadas são
fortes aliados. O que não nos falta são exemplos nas redes sociais
– Bolsonaro é um deles.
D
- Desenvolver um conceito e uma identidade
Desenvolver
um conceito é agregar a filosofia política do candidato, o estilo
de conduta, as qualidades, os antecedentes, as características
físicas e comportamentais, bem como as ações do candidato no
binômio - espaço x tempo.
Candidato
é um produto a ser vendido.
Quando
o produto é bom, como diz o vendedor “ Não se vende, se tira o
pedido” e se espera pela entrega.
E
- Evitar situações, atos e discursos inadequados
É
importante observar os comportamentos inadequados, que abrangem o
vestuário, as maneiras de se expressar, declarações feitas, ações,
apresentações pessoais, dentre outras…..
Lembrem-se
que: discursos difusos, inconsistentes, confusos, só afastam o
eleitor.
É
necessário lembrar que muitos eleitores votam conscientemente. E que
o País está dividido pelas ideologias, direita versus esquerda,
democracia versus ditadura, e por aí vai.
É
importante lembrar alguns fatos históricos: Roberto Magalhães
perdeu a eleição para João Paulo, e um dos motivos - por praticar
um ato obsceno (dar banana) a militância do PT em caminhada
realizada em Boa Viagem, um bairro do Recife.
F
- Testar o conceito e a identidade antes do lançamento
Principalmente
para os candidatos de primeira viagem.
Para
os antigos, será útil um reexame de posições e valores que formam
seu conceito.
Não
é sem sentido que muitas raposas políticas perderam eleições.
Como
exemplos de: Lula, Miguel Arraes, Brizola, Roberto Magalhães, Jarbas
Vasconcelos, José Serra, Aécio Neves, dentre outros.
G
- Analisar os concorrentes e seu perfil político
Conhecer
os concorrentes, analisar seus potenciais, suas formas de condutas e
os eleitorados-alvo que procuram atingir, constituem medidas de amplo
alcance, pelas possibilidades que oferece, pois, conhecendo bem os
adversários, um candidato fortalecerá sua estratégia de atração
(política/financeiro/apoios).
Em
política, dependendo do tipo de eleição, o concorrente pode estar
no mesmo partido, principalmente quando se trata de eleições
proporcionais (Vereadores).
Com
a instituição da fidelidade partidária imposta pelo TSE, no
pós-eleitoral o seu principal concorrente – o primeiro suplente é
um potencial adversário.
O
patrulhamento ideológico agora aumentou, como se não bastasse a Lei
das Cassações nº 9.840 e a Complementar nº 135, que instituiu a
Ficha Limpa.
H
- Ganhar projeção em entidades representativas de classes
É
uma boa maneira de projeção política.
Se
puder receber apoio de entidades tipos: Sindicatos dos Servidores do
Município, CDL, Associações de Moradores, Movimentos Sociais
Organizados, segmentos religiosos dentre outros, o candidato terá
facilitado sua trajetória vitoriosa.
Essas
entidades representam uma gama de eleitores, que poderão se
transformar em votos potenciais.
I
- Ganhar a confiança do Partido
O
candidato deve ser bem visto pelo partido, principalmente, no que
concerne a fidelidade ideológica e disciplina partidária.
A
máquina partidária, através do Fundo Partidário e do Fundão pode
ajudar no seu sucesso eleitoral, hoje as doações são públicas via
partidos políticos.
Alguns
partidos políticos usam como estratégia eleitoral a concentração,
isto é, priorizar determinado candidato, de determinado Município,
e dar carga total em sua candidatura.
J
- Definir com muito cuidado a estratégia de comunicação
Esse
deve constituir-se um dos principais objetivos do candidato, e uma
das principais ferramentas do marketing político.
Definir
o composto comunicacional é selecionar a mídia de massa, os canais
mais seletivos, os instrumentos de promoção, principalmente as
redes sociais.
Costuma-se
perder dinheiro, e consequentemente votos, quando não se racionaliza
o pacote comunicativo, os programas de ação política deverão
estar ajustados ao perfil traçado para a campanha.
K
- Preparar um bom plano e um eficiente cronograma
É
importante saber que o candidato irá percorrer uma trajetória que
passam pelas fases de: Filiação, Pré Campanha Eleitoral, Convenção
e Campanha Eleitoral propriamente dita. É como se fosse uma prova de
atletismo do tipo TRIATLO - competição que inclui três atividades
esportivas diferentes. Uma campanha passa por desenvolvimento,
período de maturação e ponto de altura máxima, o pico da eleição.
O
calendário deve ser programado para o candidato atingir o pico da
maturidade no dia da eleição, evitando assim o período de declínio
(a queda).
Lembre-se
que Paulo Câmara, apoiado por Eduardo Campos partiu de 4% e venceu
Armando Monteiro, que no mesmo período tinha 38%, e por incrível
que pareça, ainda no primeiro turno das eleições de 2014.
L
- Conseguir um sólido esquema de financiamento
O
candidato precisa se articular para conseguir um esquema de
financiamento. É comum os patrocínios a candidatos, até porque a
lei eleitoral nº 9.504/97, e suas alterações permite a doação de
pessoa física, bem como o financiamento público através do
FUNDÃO.
O
que não pode numa campanha eleitoral é faltar recursos para
concretizar o planejamento estabelecido (programas).
O
carisma do candidato pode até garantir um bom posicionamento, mas é
duvidoso fazer vitoriosos.
Foram
poucos os “mitos” na história política do Brasil.
Os
mais conhecidos foram Getúlio Vargas, Miguel Arraes, Leonel Brizola,
Lula, e agora o Bolsonaro, mas lembrem-se que o apoio financeiro e
político são de fundamentais importâncias em qualquer eleição.
M
- Arregimentar grupos para trabalhos voluntários
Os
grupos de voluntários são peças estratégicas de excelentes
resultados nas campanhas eleitorais e até mesmo nos diversos setores
sociais e econômicos.
Alguns
políticos já usam essas estratégias, com grupos de amigos
organizando encontros, reuniões, visitas, caminhadas, até torneio
de futebol e dominó apresentando o seu candidato.
O
candidato deve está onde o eleitor estar.
Ocupar
espaço é uma estratégia necessária em qualquer eleição.
E
com a redução do tempo de campanha e das doações das empresas, o
voluntariado é uma boa saída para a crise financeira das eleições.
N
- Formar uma ampla base de alianças
Essa
base de compromisso é extremamente eficaz para a regionalização
das campanhas eleitorais.
A
formação de alianças é uma iniciativa que deve ser tomada com
bastante antecedência pelo candidato e seus assessores.
Não
se pode perder tempo neste setor. É bom lembrar que o período das
convenções é de 20 de julho a 05 de agosto. Em 15 de agosto é o
prazo máximo de registo de candidaturas, e daí para frente é só
eleição.
Uma
base partidária ampla, significa mais tempo no guia eleitoral, mais
mídia institucional - as chamadas inserções de 30 segundos, e o
mais importante, o palanque eletrônico, que hoje é quem vem
decidindo as eleições, principalmente nas capitais e nos municípios
com mais de duzentos mil eleitores por conta de possíveis segundo
turno.
O
– Escolher equipes profissionais de assessores
É
bom lembrar que equipes profissionais que administram campanhas
eleitorais veem os candidatos como um produto, que devem ser bem
vendidos para ter sucesso e planejam as medidas necessárias para
isto, sem erros ditados por paternalismo, achismo ou emocionalismo.
Para
certas tarefas o candidato poderá se utilizar dos familiares e
amigos.
Mas
de um modo geral é um perigo deixar a campanha em mãos amadoristas.
É bom ter cuidado com os “PITAQUEIROS” aqueles que acham tudo.
P
– Ter disposição e método de trabalho
A
partir do momento que decide se candidatar o político se transforma
numa espécie de ser coletivo. Logo, deverá ter disposição para
participar de todos os acontecimentos sociais e significativos na sua
base eleitoral.
O
bom candidato não perde tempo, está sempre presente em todos os
momentos políticos e sociais de relevo na sua comunidade.
É
importante ser assíduo, pontual e obediente a sua assessoria.
Pois
quem não se planeja, não se estabelece, diz o ditado popular.
Q
– Conhecer as pesquisas de opinião, mas não se impressionar
O
mais importante é não se impressionar com os resultados das
pesquisas, sejam elas favoráveis ou não.
Se
as pesquisas merecem crédito, os resultados contribuirão para
ajustar a campanha.
Quando
as pesquisas influenciam o ânimo do candidato, o sinal vermelho do
perigo se acende.
A
frieza, nesses casos, é de fundamental importância.
Lembre-se
que a pesquisa mede o desempenho do candidato naquele momento, logo
um fato novo pode mudar o cenário eleitoral totalmente. A morte de
Eduardo Campos, alavancou a campanha de Paulo Câmara levando-o a
vitória.
R
– Realizar periódicas avaliações de desempenho
É
importante identificar periodicamente os pontos fortes e fracos da
campanha, bem como os pontos fortes e fracos dos concorrentes, é
medida mais que necessária – é estratégica.
Essas
avaliações são feitas pela equipe de assessores.
S
– Ter flexibilidade e exibir jogo de cintura
Como
a política é a arte de engolir sapos, como dizia Leonel Brizola.
O
político é um ser flexível por essência.
Adapta-se
às circunstâncias, veste-se de acordo, toma café da manhã com
militantes, batiza filhos de amigos, solta preso, dá carta de
recomendação para empregos, e…....
Logo
a flexibilidade é uma marca da campanha de qualquer candidato.
T
– Desenvolver boa presença em comícios
O
candidato deve procurar desenvolver certas habilidades no trato com a
palavra.
Conhecendo
o tipo de público que o assiste, será possível desenvolver uma
linguagem adequada aos ouvintes.
Exige-se
boa presença até nos comícios-relâmpagos, palco adequado para
frases de efeitos e massificação da campanha.
Com
o fim das apresentações de artistas em eventos eleitorais e o
avanço das redes sociais na vida das pessoas, levar o povo ao
comício é tarefa das mais árduas nos dias de hoje.
U
– Preparar-se para debates na mídia
As
eleições serão fortemente influenciadas pela mídia eletrônica e
redes sociais.
A
cadeia de TV e rede de rádio, para muitos candidatos, serão fortes
eleitores.
Preparar-se
para enfrentar debates na TV, nas universidades, nas associações e
nas rádios, é medida de bom senso.
Papers
especializados, preparados pela assessoria, constituem um bom
indicativo.
O
debate é a oportunidade que tem o candidato para tirar partido das
fraquezas dos adversários e conquistar os votos necessários a sua
vitória.
V
– Alcançar pontos de equilíbrio em todos os programas
A
tendência de alguns candidatos é reforçar certos programas, de
acordo com sua personalidade e valores.
O
ideal é perseguir pontos de equilíbrio em todos eles, formando uma
homogeneidade necessária à eficácia da campanha.
É
claro que tudo isso depende das regiões de sua atuação e do
cronograma da campanha.
X
– Convergir os enfoques, os apelos e os materiais para um mesmo
ponto até com o Corona Vírus
Cuidados
devem se tomar para que a massa de apelos não prejudique a unicidade
do discurso.
O
leque de situações variadas tende a fragmentar a direção de uma
campanha.
Agora,
mudando de assunto, “Segundo os especialistas do marketing político
as Eleições de 2020, serão decididas pelas Redes Sociais”. E
seguem as receitas:
1.
Os
especialistas ensinam a utilizar os diferentes canais digitais como
palanque eleitoral e destacam o fato do Brasil ser o terceiro país
que mais fica online no mundo – as redes sociais uma são
realidades.
2.
Também chamam atenção para o fato das mulheres conquistarem cada
vez mais espaço na política, tanto como eleitoras, quanto nos
cargos eletivos ou técnicos, e apresentam uma série de pesquisas,
uma espécie de raio-x nos números de usuários das redes sociais no
Brasil.
3.
Para finalizar, advertem sobre o perigo das fake news e te dá umas
dicas para reverter o jogo e se transformar em uma fonte confiável
de informação entre o eleitorado.
4.
Agora uma propaganda em desconformidade com as normas eleitorais
podem gerar multas que variam de 5 mil a 105 mil UFIs ou penalidades
ainda mais graves, do tipo impugnação do registro da candidatura
até a cassação do diploma de vereador eleito.
5.
Então é necessário veicular sua pré campanha em conformidade com
a lei eleitoral. Não vai adiantar ganhar uma eleição no voto e
perder no “TAPETÃO” da Justiça Eleitoral, a dita vitória de
Pirro.
6.
A forma de fazer uma pré-campanha eleitoral foi alterada com a
chegada do Coronavírus e que pode perdurar por algum tempo.
7.
Lembre-se que isolamento social não é sinônimo de ficar parado e a
sua pré campanha eleitoral pode ser feita de casa. Sim em casa!
8.
Precisamos nos adaptar ao momento que o Brasil vive. O momento é de
comoção social, mas também é político. Então vamos a caça do
voto!
9.
Por isso, você precisa se preparar para este momento sem prejudicar
sua candidatura. As redes sociais vão te auxiliar e trazer clareza
neste momento de instabilidades e incertezas.
10.
Use sempre as redes sociais e faça uma pré-campanha bem sucedida. A
sua vitória pode está na palma da sua mão.
Z
– Fazer uma boa comemoração ou preparar-se para a próxima
campanha
Tudo
terminado, o jeito é comemorar.
E
comemorar faz parte do MARKETING POLÍTICO.
Se
nada der certo, não deve o candidato esmorecer.
O
bom político, no dia seguinte à eleição, está trabalhando para a
próxima batalha.
Portanto,
mãos à obra.
Mas,
esperamos e desejamos que tudo dê certo.
Sobre
o autor
Possui
graduação em Matemática pela Universidade Católica de Pernambuco
– UNICAP, especialista em matemática aplicada, cálculo integral e
diferencial é Pós-Graduado como Gerente de Cidades pela Faculdade
de Administração da Universidade de Pernambuco – UPE,
Especialista em Gestão de Petróleo e Gás Natural pela FADEPE-PE e
Direito Administrativo pela Universidade Cândido Mendes. Atualmente
é professor universitário e consultor em gestão pública, para
assuntos de Segurança, Trânsito, Transportes Públicos e Mobilidade
Urbana, Diretor do Socuca Colégio e Curso, professor do Instituto de
Gerenciamento das Cidades - IGC e do Núcleo de Pós-Graduação da
Faculdade Escritor Osman da Costa Lins - FACOL. Ministra cursos de
formação profissional nos sites de educação a distância:
www.bravacursos.com.br; www.learncafe.com.br e www.buzzero.com.br.
Escreve para o blog: O Portal da Gestão Pública e realiza
palestras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário