quarta-feira, 13 de setembro de 2017

PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL – PARTE 5


Por: Ilo Jorge de Souza Pereira
Especialista em Gestão Pública e Política.
ATERRO SANITÁRIO
Aterro sanitário é um sistema de descarte de resíduos sólidos que utiliza técnicas buscando minimizar os impactos que o lixo provoca na natureza.
O aterro sanitário é uma área licenciada por órgãos ambientais, destinadas a receber os resíduos sólidos urbanos, basicamente lixo domiciliar, de forma planejada, onde o lixo é compactado e coberto por terra, formando diversas camadas.
A decomposição do lixo produz metano, gás carbônico e outros gases poluentes que intensificam o aquecimento global. Um aterro sanitário reduz a poluição, colabora para a redução da emissão de gases de efeito estufa, evita odores desagradáveis, gera energia e pode ser uma fonte de receita por meio de créditos de carbono.

COMO FUNCIONA UM ATERRO SANITÁRIO

Um aterro sanitário adequado aos padrões de mecanismo de desenvolvimento limpo obedece ao seguinte processo:
1 – O solo é compactado para dar firmeza ao aterro que receberá uma camada de polietileno de alta densidade, por baixo e pelos lados, que impede o contato entre os detritos e o subsolo e por cima quando ele estiver cheio.
2 – Na base, as camadas de geotêxtil (tela de tecido com betume, semipermeável), brita e areia, permitem a drenagem do chorume.
3 – O lixo é depositado em camadas no aterro sanitário, periodicamente intercaladas por camadas de terra.
4 – Os gases produzidos pela decomposição do lixo são captados e levados por dutos a uma usina geradora de energia
5 – Na usina, os gases entram em combustão e movem geradores, que produzem energia elétrica. Não há emissão de metano e pouca de dióxido de carbono.
6 – O chorume (líquido que escorre do lixo) vai para tratamento. Separada a água, os resíduos sólidos voltam para o aterro sanitário.

DESVANTAGENS DO ATERRO SANITÁRIO

O aterro sanitário recebe severas críticas porque não têm como objetivo o tratamento ou reciclagem dos materiais presentes no lixo urbano. Os aterros funcionam como armazenamento do lixo no solo, ocupando espaços cada vez mais escassos, porém são uma saída para o descarte disciplinado dos resíduos sólidos.

LIXÃO

São locais onde o lixo é depositado a céu aberto provocando graves impactos ambientais. O lixão é uma série ameaça tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. Os principais problemas  gerados pelo lixo são a poluição do solo e das águas, o acúmulo de material não degradável ou tóxico e a proliferação de insetos (baratas e moscas) e ratos que podem transmitir várias doenças, tais como a peste bubônica, dengue etc.
A decomposição bacteriana da matéria orgânica, a parte biodegradável do lixo, além de gerar um mau cheiro típico, produz um caldo escuro e ácido denominado chorume, o qual, nos grandes lixões, infiltra no solo, contaminando o lençol freático.

COMPOSTAGEM

Compostagem é um processo biológico em que os micro-organismos transformam materiais orgânicos em adubo composto, reduzindo assim a quantidade de lixo jogado na natureza.
A compostagem pode ser feita de resíduos vegetais como cascas e talos de vegetais, casca de ovo, folhas, aparas de grama, resto de comida, papel, estrume de animais vegetarianos etc., que são colocados para decomposição, e por processos bioquímicos, realizados por micro-organismos, que utilizam esses resíduos como fonte de energia, ocorre a degradação desse material.
Na compostagem o lixo é colocado em camadas, alternadas primeiro por terra e depois pelo material orgânico. O húmus é uma ótima alternativa para a compostagem, como fonte de micro-organismos, como também as minhocas. Dentro de três meses aproximadamente, depois de revirado diversas vezes, o adubo estará pronto para uso.
E COMO FUNCIONAM OS ATERROS SANITÁRIOS?
O crescimento da população e o aumento na quantidade de lixo produzido e descartado incorretamente no Brasil preocupam a sociedade, os ambientalistas e o governo.
A população brasileira cresceu 9,65% nos últimos dez anos, o que resultou no aumento do número de lixo produzido. Em 2012 foram 64 milhões de toneladas de lixo, dos quais 24 milhões não tiveram descarte adequado.
O número, apesar de gritante não é surpresa. Isso porque uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelou que 3 mil cidades brasileiras ainda não dão o destino certo aos resíduos. Para garantir uma proteção ao meio ambiente mais eficiente, as cidades se preparam com aterros sanitários.
Espaço destinado ao descarte final de resíduos sólidos gerados pela atividade humana, os aterros possuem um solo preparado para que não haja contaminação das áreas do entorno e monitora as emissões de gases provenientes da decomposição dos resíduos. O lixo é coberto com uma camada de terra e impermeabilizado. Dessa forma, ele não sofre muita decomposição e não emite odores muito fortes.
Os aterros sanitários são compostos por setores: de preparação, execução e conclusão. No primeiro acontece a impermeabilização e o nivelamento do terreno. No setor de execução os resíduos são separados de acordo com suas características e depositados separadamente. O lixo, então, é depositado em uma área. Quando a capacidade de disposição de resíduos em um setor do aterro é atingida, a área é revegetada, com os resíduos sendo então depositados em outro setor.
Existem normas que regulam a implantação dos aterros sanitários com mantas impermeabilizantes que evitem a infiltração de agentes contaminantes.
O regulamento prevê também a retirada de líquido por sistemas de drenagem eficiente e o reaproveitamento dos gases liberados – o gás emitido durante a decomposição em um aterro é chamado de biogás, composto, principalmente, por dióxido de carbono e metano e pode ser aproveitado como combustível ou transformado em energia elétrica.
CUIDADO!
Apesar de ser menos degradante, existem aterros irregulares onde o lixo depositado fica a céu aberto, prejudicando a sociedade e o meio ambiente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 40% do lixo chega aos aterros oficiais. No entanto, somente 11% funcionam de forma adequada.
Além disso, normalmente, os resíduos depositados em aterros são os que não podem ser reciclados. No entanto, como a cultura da coleta seletiva ainda não está completamente inserida na sociedade, plásticos, vidros, metais e papéis ainda podem ser encontrados no local.
Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente, juntamente com a Ação Resíduos Sólidos da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e outros órgãos, está implantando projetos de ampliação e melhoria do sistema de coleta em todos os estados brasileiros. O objetivo é acabar com os lixões e melhorar a qualidade ambiental.
Há também outros sistemas de tratamento do lixo no Brasil, como unidades de compostagem/reciclagem, usinas de incineração, unidades de auto clavagem, micro-ondas e outras.


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