Por: Ilo Jorge de Souza Pereira
Especialista
em Gestão Pública e Política.
ATERRO
SANITÁRIO
Aterro
sanitário é um sistema de descarte de resíduos sólidos que
utiliza técnicas buscando minimizar os impactos que o lixo provoca
na natureza.
O
aterro sanitário é uma área licenciada por órgãos ambientais,
destinadas a receber os resíduos sólidos urbanos, basicamente lixo
domiciliar, de forma planejada, onde o lixo é compactado e coberto
por terra, formando diversas camadas.
A
decomposição do lixo produz metano, gás carbônico e outros gases
poluentes que intensificam o aquecimento global. Um aterro sanitário
reduz a poluição, colabora para a redução da emissão de gases de
efeito estufa, evita odores desagradáveis, gera energia e pode ser
uma fonte de receita por meio de créditos de carbono.
COMO FUNCIONA UM ATERRO SANITÁRIO
Um
aterro sanitário adequado aos padrões de mecanismo de
desenvolvimento limpo obedece ao seguinte processo:
1
– O solo é compactado para dar firmeza ao aterro que receberá uma
camada de polietileno de alta densidade, por baixo e pelos lados, que
impede o contato entre os detritos e o subsolo e por cima quando ele
estiver cheio.
2
– Na base, as camadas de geotêxtil (tela de tecido com betume,
semipermeável), brita e areia, permitem a drenagem do chorume.
3
– O lixo é depositado em camadas no aterro sanitário,
periodicamente intercaladas por camadas de terra.
4
– Os gases produzidos pela decomposição do lixo são captados e
levados por dutos a uma usina geradora de energia
5
– Na usina, os gases entram em combustão e movem geradores, que
produzem energia elétrica. Não há emissão de metano e pouca de
dióxido de carbono.
6
– O chorume (líquido que escorre do lixo) vai para tratamento.
Separada a água, os resíduos sólidos voltam para o aterro
sanitário.
DESVANTAGENS DO ATERRO SANITÁRIO
O
aterro sanitário recebe severas críticas porque não têm como
objetivo o tratamento ou reciclagem dos materiais presentes no lixo
urbano. Os aterros funcionam como armazenamento do lixo no solo,
ocupando espaços cada vez mais escassos, porém são uma saída para
o descarte disciplinado dos resíduos sólidos.
LIXÃO
São
locais onde o lixo é depositado a céu aberto provocando graves
impactos ambientais. O lixão é uma série ameaça tanto para o meio
ambiente quanto para a sociedade. Os principais problemas
gerados pelo lixo são a poluição do solo e das águas, o acúmulo
de material não degradável ou tóxico e a proliferação de insetos
(baratas e moscas) e ratos que podem transmitir várias doenças,
tais como a peste bubônica, dengue etc.
A
decomposição bacteriana da matéria orgânica, a parte
biodegradável do lixo, além de gerar um mau cheiro típico, produz
um caldo escuro e ácido denominado chorume, o qual, nos grandes
lixões, infiltra no solo, contaminando o lençol freático.
COMPOSTAGEM
Compostagem
é um processo biológico em que os micro-organismos transformam
materiais orgânicos em adubo composto, reduzindo assim a quantidade
de lixo jogado na natureza.
A
compostagem pode ser feita de resíduos vegetais como cascas e talos
de vegetais, casca de ovo, folhas, aparas de grama, resto de comida,
papel, estrume de animais vegetarianos etc., que são colocados para
decomposição, e por processos bioquímicos, realizados por
micro-organismos, que utilizam esses resíduos como fonte de energia,
ocorre a degradação desse material.
Na
compostagem o lixo é colocado em camadas, alternadas primeiro por
terra e depois pelo material orgânico. O húmus é uma ótima
alternativa para a compostagem, como fonte de micro-organismos, como
também as minhocas. Dentro de três meses aproximadamente, depois de
revirado diversas vezes, o adubo estará pronto para uso.
E
COMO FUNCIONAM OS ATERROS SANITÁRIOS?
O
crescimento da população e o aumento na quantidade de lixo
produzido e descartado incorretamente no Brasil preocupam a
sociedade, os ambientalistas e o governo.
A
população brasileira cresceu 9,65% nos últimos dez anos, o que
resultou no aumento do número de lixo produzido. Em 2012 foram 64
milhões de toneladas de lixo, dos quais 24 milhões não tiveram
descarte adequado.
O
número, apesar de gritante não é surpresa. Isso porque uma
pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelou que 3
mil cidades brasileiras ainda não dão o destino certo aos resíduos.
Para garantir uma proteção ao meio ambiente mais eficiente, as
cidades se preparam com aterros sanitários.
Espaço
destinado ao descarte final de resíduos sólidos gerados pela
atividade humana, os aterros possuem um solo preparado para que não
haja contaminação das áreas do entorno e monitora as emissões de
gases provenientes da decomposição dos resíduos. O lixo é coberto
com uma camada de terra e impermeabilizado. Dessa forma, ele não
sofre muita decomposição e não emite odores muito fortes.
Os
aterros sanitários são compostos por setores: de preparação,
execução e conclusão. No primeiro acontece a impermeabilização e
o nivelamento do terreno. No setor de execução os resíduos são
separados de acordo com suas características e depositados
separadamente. O lixo, então, é depositado em uma área. Quando a
capacidade de disposição de resíduos em um setor do aterro é
atingida, a área é revegetada, com os resíduos sendo então
depositados em outro setor.
Existem
normas que regulam a implantação dos aterros sanitários com mantas
impermeabilizantes que evitem a infiltração de agentes
contaminantes.
O
regulamento prevê também a retirada de líquido por sistemas de
drenagem eficiente e o reaproveitamento dos gases liberados – o gás
emitido durante a decomposição em um aterro é chamado de biogás,
composto, principalmente, por dióxido de carbono e metano e pode ser
aproveitado como combustível ou transformado em energia elétrica.
CUIDADO!
Apesar
de ser menos degradante, existem aterros irregulares onde o lixo
depositado fica a céu aberto, prejudicando a sociedade e o meio
ambiente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), cerca de 40% do lixo chega aos aterros
oficiais. No entanto, somente 11% funcionam de forma adequada.
Além
disso, normalmente, os resíduos depositados em aterros são os que
não podem ser reciclados. No entanto, como a cultura da coleta
seletiva ainda não está completamente inserida na sociedade,
plásticos, vidros, metais e papéis ainda podem ser encontrados no
local.
Nesse
sentido, o Ministério do Meio Ambiente, juntamente com a Ação
Resíduos Sólidos da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e
outros órgãos, está implantando projetos de ampliação e melhoria
do sistema de coleta em todos os estados brasileiros. O objetivo é
acabar com os lixões e melhorar a qualidade ambiental.
Há
também outros sistemas de tratamento do lixo no Brasil, como
unidades de compostagem/reciclagem, usinas de incineração, unidades
de auto clavagem, micro-ondas e outras.
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