Falha no sistema de biometria do
Detran prejudica candidatos
Publicado em 12/05/2012, Às 14:54
O sistema
de biometria, criado pelo Detran-PE para monitorar a frequência dos alunos no
curso teórico de habilitação, vem apresentando falhas. Os problemas têm se
acumulado desde novembro do ano passado e gerado custo extra para os
candidatos, que já bancam uma média de R$ 800 para adquirir uma CNH.
A denúncia
é feita pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs), que defendem o sistema,
mas afirmam que o servidor do Detran está sem capacidade para receber
informações de 2.500 alunos que diariamente fazem aulas teóricas em Pernambuco.
O empresário Victor Viana, que administra seis
autoescolas na Região Metropolitana do Recife, diz que em uma única unidade, o
CFC Casa Amarela, o percentual de erros atingiu mais de 50% do total de alunos
inscritos para tirar a primeira CNH no mês de abril. “Nós tivemos 175 alunos
inscritos e, desses, 98 apresentaram faltas mesmo estando presentes e fazendo o
uso da biometria. Não somos contra o sistema, ao contrário, ele é muito bom
porque inibe as fraudes, mas tem apresentado problemas. O pior é que os alunos
é que pagam por isso”, afirma.
Os erros citados pelos CFCs são, basicamente, a
leitura da biometria que não é captada pelo sistema do Detran, embora o aluno
esteja presente na aula. O órgão estipula um tempo limite de 15 minutos antes e
dez minutos depois da aula começar para confirmar a presença do candidato.
Nesse período, é preciso realizar a leitura das digitais. Se o candidato perder
o prazo ou não houver conexão, há ainda a alternativa de tirar uma foto do
aluno e enviá-la para o Detran, que fará a comparação da imagem com a foto
enviada pelo candidato na inscrição do curso. Durante e ao fim da aula o processo
precisa ser repetido.
“A questão é que nós temos feito esse processo,
respeitando, inclusive, o prazo imposto. Mas as informações não chegam, assim
como as fotos enviadas. Quando o aluno finaliza o curso teórico e precisa
marcar a prova, consta a falta no Detran. E para fazer a reposição das aulas
supostamente perdidas o custo é de R$ 50”, dizVictor Viana.
Na foto, do JC Imagem, a candidata Lais, uma das
prejudicadas pelas falhas
Lais Barbosa de Araújo, 25 anos, é uma das
candidatas à primeira habilitação que enfrentou o problema. “Eu fiz as 45
horas/aulas exigidas, não faltei nenhum dia, e quando fui marcar a prova
constava que tinha perdido dois dias. Aconteceu o mesmo com um colega de sala.
E posso defender os CFCs porque, pelo menos no meu caso, a gente chegou antes e
ficou esperando o tempo certo para fazer a biometria. Ou seja, a falha está no
sistema do Detran”, diz.
O Detran-PE, por sua vez, transfere a
responsabilidade para os CFCs. Segundo o Capitão Celivaldo Lira, Diretor de
Operações do Órgão, os erros são exceções. “O nosso sistema é eficiente
e a margem de erro é de, no máximo, 3%. O problema é que muitas autoescolas são
desorganizadas e não respeitam o horário estipulado para fazer a leitura da
biometria”, afirma.
Postado por Roberta Soares do Jornal do Commércio
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