Mesmo depois de uma onda de privatização nas décadas de 80 e 90, o
Brasil é o país que tem o maior número de estatais entre as 36 nações da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No
total, são 418 empresas controladas direta ou indiretamente por União,
Estados e municípios. Dessas, 138 são federais e poderão ser alvo de
privatização no governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Juntas, essas
companhias empregam mais de 800 mil pessoas, sendo cerca de 500 mil do
governo federal. Nesse quesito, o Brasil também é campeão entre os
países da OCDE seguido de perto pela França, mostra levantamento do
Observatório das Estatais, da Escola de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
Os dados da OCDE – clube que reúne os países mais
desenvolvidos e do qual o Brasil quer ser integrante – não consideram
China e Índia e incluem apenas as empresas do governo central, já que a
estrutura dos países não tem estatais estaduais e municipais.
“Apesar
dos movimentos de desestatização dos anos 90, as empresas estatais ainda
estão bem presentes na vida econômica do País”, afirma o economista
Márcio Holland, da FGV. Nesse grupo, estão algumas das maiores empresas
brasileiras, como Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal.
Algumas dessas companhias controladas pelo Estado
foram alvo, nos últimos anos, de abuso do poder controlador e de elevado
nível de influência político partidária, além de estarem envolvidas em
recorrentes escândalos de desvio de finalidade e de corrupção, lembra
Holland.
Para melhorar a gestão e reduzir a ingerência política nessas
empresas, foi criada em 2016 a chamada Lei das Estatais, com regras
específicas para nomeação de diretores, membros do conselho e um rígido
programa de regras de conduta.
Fonte: O ESTADO DE S. PAULO
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