sábado, 26 de maio de 2018

O NOVO COFRE ELEITORAL E OS DONOS DA CHAVE




Há décadas acostumados a arrecadar dinheiro com empresas em campanhas eleitorais, os partidos e os políticos terão de se adaptar, neste ano, a um caixa limitado, porém público, para atrair votos.

Levantamento feito pelo por especialistas com base na legislação eleitoral detalha como serão divididos os R$ 2,3 bilhões que sustentarão os pré-candidatos a presidente, governador, senador e deputados estaduais, distritais e federais.

Apesar da cobrança por renovação na política, a divisão do bolo mantém as legendas dominantes no topo. Pelos cálculos MDB, PT e PSDB terão acesso à maior parte do dinheiro: somados, atingem a cifra de R$ 850 milhões, mais de um terço do total, o que deve ajudá-los a eleger as maiores bancadas do Congresso.

Como agora há limites, as siglas tendem a destinar mais dinheiro para a reeleição dos parlamentares, outro fator que dificulta um arejamento político. Partidos nanicos ficam com fatias minúsculas.

É o caso do PSL, do pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro, que terá cerca de R$ 10 milhões à disposição.

O novo formato de financiamento também amplia o poder dos presidentes das legendas, que passam a ser os donos da chave do cofre. 
 
Antes, cada candidato poderia pedir doações às empresas, e o caixa 2 era disseminado, como mostrou a Lava-Jato, mas, agora, dependem das cúpulas nacionais e regionais para manter suas campanhas.
 
Cada partido vai adotar uma fórmula de divisão dos recursos, que deve ser aprovada por suas comissões executivas, mas siglas que lançarem candidaturas à Presidência terão menos dinheiro para financiar postulantes ao Legislativo. 
 
A maior parte do dinheiro disponível para as campanhas deste ano vem do Fundo Eleitoral – o FUNDÃO, criado no ano passado, com o valor de R$ 1,7 bilhão. O restante vem do Fundo Partidário, dinheiro repassado mensalmente para custear o funcionamento das legendas, que, até outubro, deve render um pouco mais de R$ 600 milhões, para os 35 partidos registrados no país. 
 
Nos próximos dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai definir a divisão exata dos recursos do Fundo Eleitoral.


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