A ação Brasil Carinhoso, que
integra o Plano Brasil Sem Miséria, já retirou mais de 8,6 milhões de
brasileiros da situação de extrema pobreza. Esse resultado, alcançado nos
primeiros dois meses após o lançamento da ação, foi possível graças ao
pagamento da complementação do Bolsa Família, garantida a cerca de 2
milhões de famílias beneficiárias do programa, com filhos até 6 anos e que
continuavam com renda per capita inferior a R$ 70 mensais. Com isso, o
Brasil Carinhoso chegou a mais da metade do público do Brasil Sem Miséria.
Em julho, o benefício complementar do Brasil Carinhoso representou
investimento de R$ 169,8 milhões.
O Nordeste foi a região com maior número absoluto de pessoas beneficiadas
pela ação, com a retirada de 5 milhões de pessoas da extrema pobreza (58,1%
de todos os atendidos no país estão na região). Elas representam 52% dos
nordestinos que estavam nessa situação em junho de 2011, quando o Plano
Brasil Sem Miséria foi lançado. Proporcionalmente, no entanto, a Região Sul
foi a que mais diminuiu os índices de extrema pobreza: 59,9% das pessoas
com renda inferior a R$ 70 mensais, nos três estados do Sul, foram
alcançados pela ação Brasil Carinhoso.
Lançado em maio, o Brasil Carinhoso reúne iniciativas voltadas à primeira
infância na área social. Além da complementação do Bolsa Família, a ação
contempla a educação, com o aumento da oferta de vagas em creches públicas
ou conveniadas, e a saúde, oferecendo suplementação de vitamina A, ferro e
medicação gratuita contra asma. O valor do benefício complementar depende
da renda declarada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal e do número de membros de cada família. O cálculo do Brasil
Carinhoso garante que todos os integrantes da família tenham renda acima de
R$ 70 mensais.
O resultado dos dois primeiros meses do Brasil Carinhoso foi considerado
recorde pelo secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luís Henrique Paiva.
“Tivemos um impacto brutal de redução da extrema pobreza, num tempo muito
curto”, avalia. “Essa foi uma opção de governo. Se havia uma chance de
tentar erradicar a extrema pobreza no curtíssimo prazo, por meio de
transferência de renda, a prioridade deveria ser dada a essas famílias e
foi dada.”
Segundo o secretário, não há nenhuma faixa etária em que a extrema pobreza
tenha efeitos tão duradouros quanto a primeira infância, que é uma fase de desenvolvimento
físico, psíquico e emocional. “Se a criança está num universo de extrema
pobreza, ela não tem acesso à alimentação adequada e aos estímulos
adequados para se desenvolver.”
Números regionais – Dos 5 milhões de pessoas que saíram da
extrema pobreza no Nordeste, os baianos e os maranhenses foram os mais
beneficiados. Na Bahia, mais de 1,2 milhão de pessoas passaram a ter renda
mensal superior a R$ 70. O investimento foi de R$ 23,5 milhões para o
pagamento do benefício complementar a 291,3 mil famílias. No Maranhão, o
número absoluto de pessoas beneficiadas ultrapassou 877 mil. O pagamento do
Brasil Carinhoso chegou a 198,6 mil famílias, com investimento de R$ 16,5
milhões.
O Sudeste foi a segunda região com mais pessoas retiradas da extrema pobreza
pelo Brasil Carinhoso: 1,5 milhão, que corresponde a 57% dos que estavam
nessa situação de acordo com o Censo Populacional de 2010. No Rio de
Janeiro, as 425,8 mil pessoas retiradas da miséria por meio da
complementação do Bolsa Família representam 72,5% dos extremamente pobres
no estado. Foi o melhor índice nacional. No total, 105,6 mil famílias com
crianças até 6 anos receberam a complementação do Bolsa Família por meio do
Brasil Carinhoso no estado. O investimento chegou a R$ 8,9 milhões.
Minas Gerais, por sua vez, foi o estado com maior número absoluto de
pessoas atendidas no Sudeste: 546,1 mil. Em julho, o investimento do Brasil
Carinhoso no estado foi de R$ 11,2 milhões para complementar a renda de
127,9 mil famílias. Em São Paulo, 508,8 mil pessoas deixaram a extrema
pobreza graças à complementação do benefício do Bolsa Família. Ao todo,
126,6 mil famílias foram atendidas pelo Brasil Carinhoso, com investimento
de R$ 11 milhões. No Espírito Santo, o Brasil Carinhoso chegou a 17,6 mil
famílias - que totalizam 73.089 pessoas -, com investimento de R$ 1,39
milhão.
Na Região Sul, onde o Brasil Carinhoso beneficiou 429,3 mil pessoas, o
destaque é o Rio Grande do Sul, que teve 213,6 mil pessoas atendidas pela
ação – 59,9% dos extremamente pobres no estado. Na Região Centro-Oeste,
55,4% dos extremamente pobres saíram dessa condição graças ao Brasil
Carinhoso. Em julho, 73,7 mil famílias receberam a complementação do Bolsa
Família, o que fez com que mais de 300 mil pessoas melhorassem a situação
financeira. Goiás é o estado do Centro-Oeste que tem maior número de
pessoas beneficiadas pela ação: são 30,6 mil famílias recebendo o
benefício, que totalizam 125,5 mil pessoas.
No Norte do país, 276,7 mil famílias saíram da extrema pobreza até julho
deste ano, por meio do Brasil Carinhoso. A complementação do benefício do
Bolsa Família elevou a renda de 1,3 milhão de pessoas para mais de R$ 70
mensais. Na região, o Pará foi o estado com maior quantidade de famílias
que deixaram a extrema pobreza: 137,1 mil. Isso significa 655,1 mil pessoas
atendidas ou 45,7% do contingente extremamente pobre do estado. Em seguida,
vem o Amazonas, com 350,8 mil pessoas atendidas pelo Brasil Carinhoso. O
investimento de R$ 6,4 milhões retirou da miséria 69,6 mil famílias com crianças
até 6 anos no estado.
O secretário Luís Henrique Paiva lembra que a pobreza no Brasil, em termos
quantitativos, se concentra no Nordeste. Proporcionalmente, há forte
concentração também na Região Norte. “Nas duas regiões, a pobreza tem caído
mais do que em todas as outras, mas ainda existe essa concentração”,
assinala.
BRASIL CARINHOSO – FOLHA DE PAGAMENTO – JULHO/2012
UF
|
Famílias beneficiadas
|
Pessoas beneficiadas
|
Valor
|
AC
|
16.449
|
89.618
|
R$ 2.059.574,00
|
AL
|
68.060
|
299.116
|
R$ 5.510.120,00
|
AM
|
69.683
|
350.834
|
R$ 6.474.734,00
|
AP
|
9.208
|
44.652
|
R$ 868.904,00
|
BA
|
291.339
|
1.232.343
|
R$ 23.585.448,00
|
CE
|
179.703
|
781.248
|
R$ 14.913.794,00
|
DF
|
5.543
|
23.329
|
R$ 497.060,00
|
ES
|
17.604
|
73.089
|
R$ 1.394.932,00
|
GO
|
30.626
|
125.558
|
R$ 2.512.768,00
|
MA
|
198.682
|
877.133
|
R$ 16.539.272,00
|
MG
|
127.972
|
546.148
|
R$ 11.227.770,00
|
MS
|
17.932
|
77.372
|
R$ 1.699.978,00
|
MT
|
19.646
|
82.789
|
R$ 1.705.246,00
|
PA
|
137.156
|
655.160
|
R$ 11.702.530,00
|
PB
|
89.256
|
369.101
|
R$ 7.623.464,00
|
PE
|
164.963
|
704.132
|
R$ 12.998.906,00
|
PI
|
96.034
|
393.781
|
R$ 7.922.988,00
|
PR
|
37.171
|
154.322
|
R$ 3.199.030,00
|
RJ
|
105.658
|
425.825
|
R$ 8.937.830,00
|
RN
|
53.344
|
223.967
|
R$ 4.494.232,00
|
RO
|
13.404
|
56.369
|
R$ 1.046.140,00
|
RR
|
8.796
|
43.630
|
R$ 781.906,00
|
RS
|
52.546
|
213.684
|
R$ 4.460.004,00
|
SC
|
14.350
|
61.318
|
R$ 1.403.220,00
|
SE
|
38.461
|
166.977
|
R$ 3.061.102,00
|
SP
|
126.625
|
508.868
|
R$ 11.074.558,00
|
TO
|
22.069
|
96.797
|
R$ 2.125.098,00
|
BRASIL
|
2.012.280
|
8.677.160
|
R$ 169.820.608,00
|
Fonte: Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc/MDS) –
julho/2012.
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