sábado, 9 de julho de 2022

TSE fixa limite de gasto de campanhas nas eleições 2022


Em 2018, candidatos à Presidência da República puderam gastar até R$ 70 milhões, no 1º turno, e até R$ 35 milhões, no 2º. Ministro apontou que reajuste será de 26%.

Por Rosanne D'Agostino e Fábio Amato, g1 — Brasília

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (30) que o limite de gastos das campanhas nas eleições será o de 2018, atualizado pela inflação no período.

Os limites de gastos são definidos pelo Congresso um ano antes da eleição, o que não ocorreu. Em dezembro, o TSE decidiu que poderia definir os valores.

Em 2018, o teto de gastos para candidatos foi de:

Presidente da República, 1º turno: até R$ 70 milhões

Presidente da República, 2º turno: até R$ 35 milhões

Deputado federal, R$ 2,5 milhões

Deputado estadual ou distrital, R$ 1 milhão

O TSE não divulgou o valor exato dos novos tetos para 2022. Em nota, o tribunal informou que "os valores atualizados devem ser divulgados até o dia 20 de julho."

Entretanto, o ministro Alexandre de Moraes destacou durante a sessão que haverá quase um quarto de acréscimo de limite para cada candidatura, já que a inflação acumulada no período foi de 26,21%.

Se considerado esse percentual de reajuste, os novos valores passariam para:

Presidente da República, 1º turno: até R$ 88,35 milhões

Presidente da República, 2º turno: até R$ 44,17 milhões

Deputado federal, R$ 3,15 milhões

Deputado estadual ou distrital, R$ 1,26 milhão

No caso de governadores e senadores, o limite de gastos varia de acordo com o eleitorado de cada unidade da federação.

“Diante da inexistência de legislação ordinária”, afirmou o ministro Edson Fachin, presidente da Corte, “se entende que esta Corte resta compelida ao enfrentamento da questão”.

Acompanharam o voto de Fachin a ministra Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Sergio Banhos e Carlos Horbach.

Na avaliação de Moraes, que comandará o TSE durante as eleições, "será possível que mais candidaturas tenham possibilidade de se mostrar ao eleitorado”.

Regras de financiamento

A partir de 2018, os recursos disponíveis para campanhas eleitorais passaram a ter origem em quatro fontes principais:

Fundo Especial de Financiamento de Campanha, também conhecido como Fundo Eleitoral;

Fundo Partidário, repasse realizado anualmente para manutenção dos partidos;

recursos dos próprios candidatos;

doações de pessoas físicas.

Antes, também era possível receber recursos de empresas, mas, em 2015, o Supremo considerou inconstitucional esse tipo de doação.

Entre os gastos eleitorais previstos em lei estão a confecção de materiais impressos, aluguel de veículos, transporte, entre outros.

Os candidatos devem prestar contas à Justiça Eleitoral com os respectivos comprovantes.

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